A psicóloga Letícia Theodorovicz, explica que o problema que requer uma atenção especial em tempos de pandemia
Abrir a geladeira e pegar o primeiro doce que viu pela frente em um dia ruim é uma situação comum que é chamada de fome emocional, ou seja, a necessidade de comer baseada nas emoções afloradas. Um problema que requer uma atenção especial em tempos de pandemia de Covid-19 e começo da estação mais fria do ano, o inverno.
Diferentemente da fome fisiológica, que é a necessidade real de comer para suprir as necessidades do organismo, a fome emocional surge de repente para aliviar algum desconforto emocional, como estresse, tristeza, sensação de tédio ou solidão, entre outros.
A psicóloga Letícia Theodorovicz, explica que a fome funciona como uma resposta a uma emoção. “Essa sensação melhora somente a curto prazo. Identificar o que impulsiona a comer é importante para uma relação saudável com a comida, é mais sobre emoção do que sobre comida, um evento pode desencadear um gatilho que te gera uma emoção e ao tentar fugir dessa emoção parte para a compulsão alimentar, que tem consequências negativas a longo prazo”.
Segundo ela por não saber lidar com as emoções de forma saudável, a pessoa acaba buscando um alívio para o desconforto emocional na comida. “Esse comportamento além de não resolver o que desencadeia a emoção, faz com que você pense coisas cada vez piores sobre si mesmo, e aumente a intensidade dessas emoções que te causam desconforto”.
Ela diz que esse comer não resolve os problemas, pode até mesmo criar mais, pois deixa o indicíduo mais frustrado e desestabilizado emocional e psicologicamente, por não conseguir se controlar. Isso acaba prejudicando também a autoestima.
Escape
A busca da comida como escape emocional tende a crescer no cenário que vivemos atualmente, da pandemia do Covid-19, distanciamento social e chegada do inverno, quando temos o costume de comer mais.
Durante o dia, nosso cérebro permanece contabilizando essa equação, ou seja, se temos muitas emoções positivas, nosso cérebro nos avisa que estamos “felizes”. Por outro lado, se há mais estresse ou emoção negativa, o cérebro encontrará uma forma mais rápida e “artificial” de compensar.
A alimentação normalmente é utilizada como uma dessas formas de compensação emocional, tendo em vista que muitos alimentos contêm substâncias capazes de liberar neurotransmissores e nos gerar uma sensação imediata de prazer e bem-estar.