“Com o intuito de aproveitar a inspiração que as pessoas sentem em reescrever suas histórias de vida com o ano novo, campanha faz alerta sobre bem-estar”, diz a psicóloga Nezia dos Santos
Certamente você já pegou uma agenda ou um caderno novo nas mãos para se organizar entre as diversas possibilidades que há disponíveis. Existem pessoas que, com maior cuidado, desembrulham, escolhem uma caneta especial e começam, já nas primeiras páginas a descrever suas metas e objetivos. Foi pensando justamente nesta sensação, do olhar para a folha em branco, que surgiu o Janeiro Branco, movimento iniciado por psicólogos que visa chamar atenção à saúde mental.
Segundo a psicóloga Nezia dos Santos, em termos simbólicos e culturais, é no início do ano que as pessoas estão mais propensas a pensarem ou repensarem suas vidas, relacionamentos, condições de existência e emoções. “Por isso o movimento, iniciado pela Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS) em Uberlândia, Minas Gerais, começa em janeiro. O intuito é capturar a inspiração que as pessoas sentem em reescrever suas histórias de vida”, ressaltou.
Relação entre indivíduo e sociedade
Nesta oitava edição da campanha, que ocorre ainda em um período de pandemia, o movimento ressalta a importância de se considerar a saúde mental para além do indivíduo, responsabilizando também o papel de todas as pessoas e instituições na luta conjunta pelo bem-estar de todos.
“Percebemos o quanto o problema interfere no universo corporativo e inclusive no controle estatal quando analisamos os dados que apontam que questões emocionais afetam diretamente a produtividade dos trabalhados, sendo causas recorrentes de afastamentos. Além disso, transtornos relacionados a mente são têm aparecido na lista como as primeiras em casos de requerimento de auxílios-doença ou aposentadorias por invalidez”, adicionou Nezia.
Alcances e implicações
A psicóloga explica que essas doenças estão ligadas a causa de depressão, estresse e ansiedade, relatando que os números de casos diagnosticados no mundo chegam a 300 milhões de pessoas, influenciando diretamente as ideações suicidas ou atos concretizados de morte provocada.
“O panorama é preocupante se olharmos para além do transtorno, onde o alcoolismo, isolamento social, perdas recentes, traumas de infância, dependência química também impactam a saúde mental. Considerando ainda que a sociedade reluta e, em alguns casos, até menospreza a busca por ajuda psicológica, reafirmamos a importância da conscientização propagada pela campanha do Janeiro Branco”, afirma Nezia.
Cuidados essenciais
Para o leitor que se pergunta por onde começar a promover a própria saúde mental, Nezia separou alguns pontos cruciais que terminam por melhorar a qualidade de vida, complementando que equilibrar as funções do organismo através da mudança de hábito pode ser um fator determinante na compreensão da estabilidade emocional. Veja a seguir algumas dicas:
- Afaste-se de pessoas e de situações que geram emoções negativas;
- Valorize e viva intensamente um tempo de qualidade para familiares e amigos;
- Pratique atividade física, dieta equilibrada e principalmente cuide do sono;
- Mesmo com a quarentena certifique-se das regras sanitárias, mas dedique um tempo para a convivência social, sem a intercorrência das tecnologias e redes sociais.
“Vale sempre se questionar: por que relutamos em procurar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra quando sentimos dores emocionais, mas quando a dor é física automaticamente optamos por um médico ou medicação específica? Não há motivos para ter vergonha ou medo de procurar ajuda, e não há investimento melhor a se fazer do que em si mesmo”, conclui Nezia.
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