Quebrando o tabu: disfunção erétil e ejaculação precoce são comuns e tem tratamento
O médico urologista Tiago Mierzwa, que atende no hospital São Lucas em Laranjeiras, explica estes problemas que são um pesadelos para muitos homens
A disfunção erétil e ejaculação precoce ainda são tabu entre os homens, sendo sinônimo de baixa-autoestima. Essas condições são mais comuns do que se imagina e acomete não apenas homens de mais idade, como também jovens e adolescentes, interferindo no dia a dia e na qualidade de vida.
Em entrevista ao Correio do Povo, o urologista Tiago Mierzwa, fala sobre estas condições e os tratamentos cabíveis.
Disfunção Erétil
Conforme Dr. Tiago, a disfunção erétil está associada a diversos fatores, que são divididos em quatro grupos principais:
– Causas psicogênicas e distúrbios psicológicos como ansiedade, estresse, depressão;
– Causas hormonais como alterações de testosterona e de tireoide;
– Causas vasculares em pacientes que possuem pressão alta, diabetes, sedentários; tabagistas, ou que já tiveram infarto. Pacientes que tem problemas nos vasos sanguíneos e – Causas neurológicas em pacientes diabéticos graves, pacientes que fizeram cirurgia de próstata, com Acidente Vascular Cerebral (AVC), pacientes com doença de Parkinson que podem evoluir com disfunção erétil.
“É muito importante que sejam investigadas as causas da disfunção erétil”. O Urologista conta que a procura pelo tratamento se dá quando o paciente reclama da sua dificuldade em manter-se ereto. “Quando ele percebe que a rigidez peniana não está a mesma, que possui menos ereções noturnas e espontâneas principalmente, ele começa a buscar entender sobre o assunto e o tratamento adequado”.
Investigando a partir dos quatro grupos principais, o urologista pode indicar exames laboratoriais e de imagem, olhando a história clínica do paciente. “Todo contexto acerca disso irá refletir no diagnóstico”.
O especialista explica, que são diversos os tratamentos para disfunção erétil. “Algumas mudanças de hábito, como a realização de exercícios físicos, parar de fumar e de beber, perda de peso, podem melhorar a qualidade de vida do paciente”.
Após o aumento da qualidade de vida, o tratamento medicamentoso passa a ser indicado. O urologista conta que remédios via oral, como o Viagra, que facilitam a ereção, são indicados conforme a consulta médica. Vale salientar que o uso de medicamentos sem prescrição não é indicado. “Se o paciente não pode fazer o uso ou não responde ao tratamento, os injetáveis são indicados. Sendo aplicados no campo cavernoso, ou seja, na genitália masculina”.
Caso o paciente não reaja aos demais estímulos descritos, o uso de prótese é indicada. São dispositivos implantados que permitirão ao paciente uma rigidez suficiente para a relação sexual.
Ejaculação precoce
A ejaculação precoce é uma condição comum e afeta desde jovens até pacientes idosos. “Nós definimos ela com a presença de ejaculação em até um minuto após a penetração, gerando angústia e sofrimento ao paciente, pois não consegue retardar”, conta Tiago.
A determinação desta condição não é feita a partir do tempo, mas pelo quanto afeta o paciente, onde é considerado como portador e dá-se início aos tratamentos.
O médico explica que a principal causa associada a ejaculação precoce é a ansiedade, ou seja, pacientes que são extremamente ansiosos e que possuem uma preocupação com o desempenho tendem a ser os mais queixosos da condição.
O urologista explica que existem diversos medicamentos que facilitam o controle, e o que melhor se encaixa ao paciente é determinado na consulta. “Geralmente os tratamentos são longos. Além da parte medicamentosa, também associamos a psicoterapia, trabalhando o psicológico do paciente, e exercícios que ajudam a retardar a ejaculação. Obtemos assim, sucesso com os tratamentos”.