Conselho da Mulher: nova diretoria reforça compromisso com a prevenção da violência doméstica

“Sabemos que antes de acontecer o feminicídio, muitas vezes a mulher já vem passando por violências físicas, psicológicas, moral e patrimonial”, diz a presidente Francieli Minotto

Na manhã da última sexta-feira (22) ocorreu a posse da nova diretoria do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Laranjeiras do Sul. A posse do novo Conselho, foi prestigiada pela juíza de Direito da Vara Criminal Infância e Juventude e Família, Daiana Schneider; a promotora de Justiça da 1ª Promotoria, Cláudia Juliana Almeida Erbano, que falou sobre temas pertinentes aos direitos das mulheres tendo em vista que 22 de julho é o dia Estadual de Combate ao Feminicídio; Além do depoimento de José Drabeski, pai da jovem Alice, vítima do último caso de Feminicídio registrado em Laranjeiras, e do tenente Irwind Rudnick, comandante da 2ª Cia da Polícia Militar.

É importante lembrar que as vítimas de feminicídio incluem mulheres em diversos contextos socioculturais, condições e situações de vida. E que esses crimes normalmente são precedidos de outras manifestações de violências, seja física, psicológica, moral ou sexual que acabam por resultar nesse ato criminoso.

Importância

A secretária de Assistência Social Regiane Castro, destacou a importância do Conselho na tentativa de superar os casos de violência bem como propor orientação a essas mulheres. “O Conselho serve para possibilitar a participação popular e propor diretrizes de ação governamental voltadas à promoção dos direitos das mulheres, atuando no controle de políticas públicas de igualdade entre os gêneros, assim como exercer a orientação normativa e consultiva sob os direitos das mulheres no município”.

Para a presidente do Conselho da Mulher Franciele Marques Coelho da Silva Minotto, a violência doméstica cometida contra mulheres é uma realidade em todo o país. “Somente aqui no CREAS, nós atendemos mais de 80 casos de violência contra a mulher. Entretanto, os números podem não retratar fielmente essa realidade, pois acreditamos que muitas vezes as ameaças, o medo, a vergonha e até mesmo a desinformação sobre como denunciar acabam influenciando a vítima a demorar na procura por ajuda dos órgãos e serviços públicos destinados à sua proteção”.

Novo Mandato

Neste novo mandato, algumas ações já foram definidas pela nova Diretoria do Conselho Mulher. Elas começaram com o evento na sexta-feira (22), data que marca o Dia Estadual de Combate ao Feminicídio. Durante o mês de agosto, haverá o evento “Agosto Lilás”, com palestras sobre a violência contra a mulher. Já no mês de novembro, acontece a 1ª Conferência Municipal dos Direitos da Mulher de Laranjeiras.

Franciele ainda destaca que é com muita honra que assume novamente a presidência do Conselho Municipal dos direitos da Mulher de Laranjeiras do Sul. “Acredito que vamos juntas, trazendo diferentes perspectivas a partir de nossas vivências para darmos continuidade às políticas públicas que vêm moldando a cara da nossa cidade. É importante que a mulher tenha esse espaço de visibilidade, para falar de seus problemas, questão de prevenção. Temos que trabalhar de forma preventiva para que não aconteça, porque sabemos que o feminicídio é a última instância da violência contra a mulher, onde realmente ela perde a vida.

Conselho da Mulher

O conselho é composto por 12 membros titulares e 12 suplentes, dos quais 50% são representantes do poder público e 50% da sociedade civil organizada.

A nova mesa diretora do Conselho da Mulher terá na presidência, Franciele Marques Coelho da Silva Minotto, secretaria Municipal de Assistência Social e Segurança da Família (CREAS); como vice-presidente Angela Maria Granemann, representante das Associações de Defesa de Direitos Sociais/Rotary Club). O cargo de primeira secretaria ficou com Neide Cristina Sauedo e a segunda secretária, Jaqueline Soraia Carrador, secretaria Municipal de Assistência Social e Segurança da Família (CRAS).

Como denunciar

De acordo com Franciele, o atendimento do CREAS em casos de violência doméstica, funciona da seguinte forma:

Ao receber a denúncia, a vítima será contatada, acolhida e atendida por uma equipe formada por um assistente social e uma psicóloga, tudo é feito em sigilo absoluto.
A primeira etapa do atendimento é a escuta qualificada para entender a situação pela qual a vítima está passando; a partir desse entendimento, a equipe saberá qual o melhor caminho a ser seguido para garantir a proteção da vítima.

Será iniciada então a articulação com a rede de serviços públicos, que inclui a Polícia Militar, a Polícia Civil, o Ministério Público e o Poder Judiciário. Essa articulação é especialmente importante nos casos de violência doméstica.

Enquanto isso, a proteção da vítima é garantida através de uma medida protetiva ordenada pela Justiça, que afasta imediatamente o agressor suspeito da vítima, sendo que todo esse procedimento é articulado pelo CREAS, motivo pelo qual sua atuação é tão importante, pois esse serviço age no interesse da vítima, oferecendo-lhe orientação jurídica e agilizando os processos necessários para a sua proteção. Quando necessário, o CREAS também encaminha as vítimas aos diversos serviços de saúde públicos, como tratamento psicológico, consultas, exames e internação.

Conselheiras Governamentais

I – Secretaria Municipal de Assistência Social e Segurança da Família/CRAS

Titular: Maria Gabriela Nunes Yamashita

Suplente: Jaqueline Soraia Carrador

II – Secretaria Municipal de Assistência Social e Segurança da Família/CREAS

Titular: Franciele Marques Coelho da Silva Minotto

Suplente: Marcia Ortega Capeletti

III – Secretaria Municipal de Saúde

Titular: Zilda Aparecida Guerra

Suplente: Thaize de Almeida Granzotto

IV – Secretaria Municipal de Educação e Cultura

Titular: Marina Araújo Nesi de Quadros

Suplente: Danubia Gracieli de Freitas

V – Secretaria Municipal de Finanças

Titular: Sintia Trzcialkoski Cordeiro

Suplente: Ivonete Beatriz Weber

VI – Secretaria Municipal de Agricultura

Titular: Amabile Cristina Trento

Suplente: Elci Luciane Volizki