Recenseadores do Censo 2022 mobilizam greve nacional após falta de pagamentos
Conforme os prestadores, deslocamento e atrasos no pagamento da ajuda de custos estão entre as principais dificuldades do programa
Em menos de um mês após iniciarem os trabalhos de pesquisa e coleta de informações do Censo 2022, recenseadores contratados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estão convocando uma paralisação para o próximo dia um de setembro. A greve é motivada pelo atraso no pagamento e segue na cobrança por melhores condições de trabalho.
O IBGE contratou pouco mais de 180 mil recenseadores para coleta das informações de cerca de 75 milhões de domicílios nas 5.570 cidades brasileiras. O trabalho nas ruas começou no dia 1 de agosto. Essa 1ª etapa tem previsão para durar até o início de novembro.
Conforme o IBGE desde o início do levantamento 6.550 recenseadores já deixaram de trabalhar nas operações do Censo Demográfico 2022. O instituto afirma que o número de desistências está dentro do previsto e que não oferece riscos ao andamento da pesquisa.
Paralisação
Os recenseadores assinaram contratos temporários para fazer o Censo 2022 e enfrentam, desde o treinamento, problemas com a logística que já levaram o órgão federal a pedir desculpas duas vezes, a última nesta terça-feira desta semana (23/8).
Quem convoca a greve é um grupo que se intitula de União dos Recenseadores do Brasil, criado para representar a categoria de trabalhadores temporários. Uma carta foi enviada para o presidente do IBGE, Eduardo Rios Neto, onde a entidade informou que a “falta de regularidade no pagamento está comprometendo e execução do serviço”.
A ideia do grupo é parar o trabalho de visita às residências na próxima quinta-feira (1º/9) para pressionar o IBGE na apresentação de soluções.
Reclamações
Os recenseadores reclamam de atraso nos pagamentos de salários e de auxílio-transporte e também de problemas locais, como a falta de segurança para trabalhar em bairros específicos de grandes cidades. Eles pedem ainda o aumento do auxílio para o transporte.
Por meio das redes sociais o IBGE informou que “reconhece e pede desculpas pela demora na liberação do pagamento do trabalho de coleta dos recenseadores” e garante que “está comprometido em reduzir esses prazos”. O texto não detalha a quantidade de atingidos pelos atrasos.