Colégio Floriano Peixoto promove inclusão de alunos surdos por meio da Libras
A professora de Língua Portuguesa Marileide Gutervil, cede alguns minutos de uma de suas aulas para que a intérprete Kátia Ramos possa trabalhar com a turma
De 21 a 27 de agosto foi comemorada a Semana da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla. O Colégio Estadual Floriano Peixoto de Laranjeiras do Sul, que recebe uma aluna surda, tem desenvolvido constantemente atividades, pensando em incluir esses alunos e propiciar maior entendimento aos demais.
Na turma do 8º ano D, há uma aluna surda e por esse motivo, a equipe escolar, em uma ação de inclusão, tem elaborado atividades de forma mais efetiva.
A professora de Língua Portuguesa Marileide Gutervil, cede parte de suas aulas para que a intérprete Kátia Ramos possa trabalhar com a Língua Brasileira de Sinais (Libras) com toda a turma.
Sobre a Libras
A Língua Brasileira de Sinais, conhecida amplamente por Libras, é uma modalidade linguagem gestual visual, usada por pessoas surdas e ouvintes. De acordo com o IBGE, há mais de dez milhões de pessoas com alguma deficiência auditiva no Brasil. A Libras deveria ser a língua materna do surdo brasileiro, isto é, a primeira língua com a qual ele tem contato.
Iniciativa da escola
Segundo a professora Marileide, os estudantes já estão conseguindo se comunicar com a colega surda, inclusive interagir com ela em sala e na hora do recreio. “A fim de que eles realmente levem a sério, são realizadas atividades escritas sobre o que é ensinado”, destaca. “No início, essa turma era um pouco difícil, olhavam de maneira diferente para a colega. Mas agora, já a tratam de igual para igual, como deve ser. Convidam ela para sair aos finais de semana, inclusive a defendem quando veem algum ato de preconceito ou alguma brincadeira de mau gosto”, detalha.
No colégio há outras pessoas com deficiência e, pensando na necessidade de inserção destas na comunidade escolar, foi realizado uma visita ao Centro de Atendimento Especializado na Área de Deficiência Visual (CAEDV), coordenada, no colégio, pela professora Ana Sueli. “Os alunos puderam conhecer o sistema de escrita braille (sistema de escrita tátil utilizado por pessoas cegas ou com baixa visão), bem como trocar ideias sobre as dificuldades pelas quais os participantes deste centro passam no dia a dia, principalmente relacionas à acessibilidade”, menciona.
“Em um mundo onde há tanto preconceito, é de extrema importância que os alunos conheçam outras realidades para que possam ser mais tolerantes e respeitar o próximo, percebendo, na prática, como acontece a inclusão. Afinal, como dizia o educador e filósofo, Paulo Freire, a inclusão acontece quando se aprende com as diferenças e não com as igualdades”, enfatiza Marileide.
Setembro e a comunidade surda
• Dia 1º de setembro: aniversário da Lei nº 12.319, que regulamenta o exercício da profissão de tradutor e intérprete da Língua Brasileira de Sinais;
• Dia 10 de setembro: Dia Mundial da Língua de Sinais, data que faz alusão ao congresso sobre surdez em Milão, que ocorreu em 10 de setembro de 1880, em que o uso da língua de sinais foi proibido em todo o mundo. Ao longo do tempo, a data foi considerada marcante por causa da resistência da comunidade surda em permanecer usando a língua de sinais;
• Dia 26 de setembro: Dia Nacional do Surdo;
• Dia 30 de setembro: Dia Internacional do Surdo e Dia do Tradutor/Intérprete.
Curiosidades sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras)
• A Libras não é universal, cada país possui a sua própria língua de sinais;
• O termo ‘surdo-mudo’ não existe mais, pois os surdos podem aprender a falar se forem submetidos a técnicas de oralização. Por isso, o correto é dizer apenas surdo;
• Na comunidade surda, cada pessoa recebe um sinal próprio. Esse sinal costuma ser algo relacionado à aparência física, como cabelos longos, uma cicatriz ou até mesmo aparelho em um dos ouvidos;
• Todas as regiões do país possuem faculdade de Letras Libras para formar professores da educação básica e intérpretes.