Cinco dicas para curtir o verão sem o incomodo da Otite

Especialista explica como prevenir as infecções para aproveitar a estação mais quente do ano sem uma das doenças que surgem a partir de piscinas e águas impróprias para banho

No verão, começam as preocupações com o ouvido. Aquela sensação de entupimento volta a incomodar, que pode vir acompanhada de dor constante. Tudo isso porque a chegada dessa estação do ano traz consigo as otites externas, uma inflamação, geralmente bacteriana, da pele do canal auditivo externo, que aumentam significativamente nesse período do ano pelo contato com a água, seja ela de mar, piscina ou de rio.
De acordo com o otorrinolaringologista do Hospital IPO, doutor Luiz Patrial Netto, algumas atitudes simples, se aplicadas no dia a dia, podem prevenir as otites e consequências irreversíveis no futuro. Veja abaixo 5 dicas para curtir o verão sem se preocupar com problemas no ouvido:


Limpe corretamente os ouvidos
Para prevenir infecções, a limpeza adequada deve ser feita com um pano ou uma toalha úmida somente até onde o dedo alcança. “O uso de hastes flexíveis dentro do ouvido traumatiza a pele do conduto auditivo e aumenta a incidência de infecção”, completa o especialista.

Não frequente águas impróprias para banho
As chances de contato com águas contaminadas aumentam no verão, assim como os casos de otites. As bactérias alojadas em ambientes poluídos podem causar as temidas infecções. Então, evitar águas impróprias para banho, seja água do mar, rio ou piscina, é fundamental para prevenir doenças no aparelho auditivo.

Quem tem infecção recorrente, evite o contato de água no ouvido
Pessoas que já têm infecção recorrente ou uma inflamação de ouvido de repetição não devem molhar o ouvido. Em mergulhos, piscinas ou qualquer situação em que a água entre em contato com os ouvidos, é essencial a utilização de protetores auriculares apropriados. “Existem modelos de silicone ou o próprio paciente pode fazer uma bolinha de algodão com algum óleo, para evitar que a água entre dentro do ouvido”, indica o dr. Netto.

Fique atento aos sintomas
“Geralmente, o principal sintoma relacionado à otite externa é a dor, que pode começar leve e tende a ter uma piora progressiva até ficar com uma dor que o paciente não consegue encostar a mão no local”, explica o otorrinolaringologista. Porém, sensação de entupimento, zumbido e presença de secreção no ouvido também podem ser sinais de infecção. Com a presença de sintomas como esses, é recomendável evitar o contato da água com a região, tomando cuidados específicos em piscinas, mares e até mesmo na hora do banho.

Procure um especialista
Se não for tratada, a otite pode causar infecções graves e também acarretar na perda irreversível da audição. Por isso, é essencial procurar um especialista para definir o melhor tratamento para cada caso. “O tratamento consiste em analgésicos, anti-inflamatórios orais e antibiótico tópico através das gotas otológicas”. Nos casos em que a infecção é mais grave, é necessário fazer o uso de antibiótico oral também”, explica o especialista. “No entanto, é importante que, antes de iniciar qualquer tipo de tratamento, o paciente procure um otorrinolaringologista”.

Paraná é líder nacional em doações de órgãos

Estado mantém o primeiro lugar em número de doadores por milhão de habitantes e apresenta menor taxa de recusa familiar do país

Pelo segundo ano consecutivo, o Paraná ocupa a liderança nacional em doações de órgãos, registrando 42,3 doadores por milhão de população (pmp) em 2024. O índice representa mais do que o dobro da média brasileira, que ficou em 19,2 pmp, segundo o Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), divulgado nesta quinta-feira (10) pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). O Estado também lidera o número de doadores com órgãos efetivamente transplantados, com 36 pmp – frente aos 17,5 pmp da média nacional.

Os dados refletem não apenas a eficiência do sistema estadual, mas também histórias de solidariedade e empatia que marcaram a vida de centenas de famílias. O processo de doação depende da autorização dos familiares após a constatação da morte encefálica, ainda que o desejo do falecido tenha sido registrado em vida. No Paraná, essa etapa é conduzida por equipes especializadas, treinadas pelo Sistema Estadual de Transplantes (SET/PR), o que contribuiu para a menor taxa de recusa familiar do país: 28%, contra os 46% da média nacional.

“Para nós é motivo de muito orgulho manter esse destaque em doações e transplantes de órgãos. Os números demonstram mais uma vez que o Paraná é um Estado de gente muito solidária, que mesmo na dor, num momento de perda, ainda coloca a vida de outras pessoas em primeiro lugar”, afirmou o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

Em 2024, o Paraná registrou 500 doadores efetivos, que resultaram em 903 transplantes de órgãos e 1.248 transplantes de córneas. O Estado também alcançou o segundo lugar nacional em transplantes de órgãos por milhão de habitantes, considerando doadores vivos e falecidos, com uma taxa de 76,4 pmp para doadores vivos (atrás apenas do Distrito Federal, com 93,5 pmp) e 70,9 pmp para doadores falecidos (também atrás do Distrito Federal, com 86,5 pmp).

Casos como o de Márcia Soeli Pereira, moradora de Pato Branco, ilustram o impacto dessas decisões. Após perder o filho de 37 anos por aneurisma cerebral, ela autorizou a doação dos órgãos. “Eu aceitei doar todos os órgãos do meu filho e ele salvou três vidas com o fígado e os dois rins. Peço às pessoas que doem porque isso é um incentivo a mais para continuarmos vivendo”, declarou.

Panorama dos transplantes no Estado

No ano passado, foram realizados 1.248 transplantes de córneas, 550 de rim (sendo 52 com doadores vivos), 304 de fígado, seis de pâncreas e 43 de coração no Paraná. Em transplantes de medula óssea, o Estado aparece em segundo lugar no país, com 410 procedimentos, atrás apenas de São Paulo, que contabilizou 1.664.

Em relação aos indicadores por milhão de habitantes, o Paraná é o segundo Estado com maior taxa de transplantes de rim (46,5 pmp), atrás do Rio Grande do Sul (49,7 pmp); o terceiro em transplantes de fígado (25,7 pmp), atrás do Ceará (27,2 pmp) e Distrito Federal (42,9 pmp); e o quarto em transplantes de coração (3,6 pmp), superado por Minas Gerais (3,8 pmp), Ceará (3,8 pmp) e Distrito Federal (11,7 pmp).

No campo pediátrico, o Paraná também se destaca: é o segundo em transplantes de coração na faixa etária de 0 a 17 anos (2,4 pmp), o terceiro em transplantes de fígado (6,1 pmp) e o quinto em transplantes de rim (5,2 pmp).

Entre os beneficiados pelos transplantes está Alessandra Rosa da Silva, 49 anos, moradora de Curitiba, que recebeu um novo coração em outubro de 2024. “O meu coração estava grande, inchado, e não funcionava mais. Passei mais de dois anos entre tratamento e fila. Quem precisa sabe o quanto é difícil, mas receber é uma bênção”, contou.

Outro caso de sucesso é o de Jair Cabral de Souza, 56 anos, de Pinhais. Diagnosticado com insuficiência cardíaca grave em abril, ele recebeu um novo coração apenas três meses depois. “Foi uma nova vida. Se não tivesse surgido essa doação, hoje eu não estaria aqui”, relatou.

Investimentos

O bom desempenho do Paraná também é resultado da estrutura física e humana mantida pelo governo estadual. O Sistema Estadual de Transplantes é composto por uma central em Curitiba e quatro Organizações de Procura de Órgãos (OPOs) nas cidades de Curitiba, Londrina, Maringá e Cascavel. Cerca de 700 profissionais atuam no sistema, que envolve 70 hospitais notificantes, 34 equipes transplantadoras de órgãos e 72 de tecidos, além de cinco laboratórios de histocompatibilidade, três de sorologia e três bancos de tecidos.

Para garantir agilidade no transporte, o Estado conta com uma frota terrestre recentemente renovada, com 18 novos veículos, num investimento de R$ 1,9 milhão. Além disso, a Casa Militar disponibiliza aviões e helicópteros 24 horas por dia para o deslocamento de órgãos e equipes médicas. Essa logística é fundamental para respeitar os prazos de isquemia – tempo máximo entre a retirada e o transplante do órgão. O coração, por exemplo, tem um limite de até quatro horas.

Desde 2019, já foram realizadas 654 missões aéreas, totalizando mais de 1,8 mil horas de voo. Em 2024, 832 órgãos foram transplantados no Paraná, sendo que 250 deles necessitaram de transporte aéreo em 133 voos. Entre os órgãos transportados estão 30 corações, 103 fígados e 117 rins.

A capacitação contínua dos profissionais também é parte essencial da engrenagem do sistema. Em 2023, foram realizados 28 cursos sobre morte encefálica para médicos, 19 sobre o processo de doação, oito de acolhimento e entrevista familiar, além de outras ações. Ao todo, mais de 1.100 profissionais foram treinados. Em 2024, até o momento, já são 565 profissionais capacitados em diversas frentes.