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A personalidade humana é assunto controvertido. Muito mais ainda é dividir o ser humano em “alma masculina” e “alma feminina”. Será isso possível, ou essa divisão é somente didática? No fundo, há uma situação inata ou socialmente aprendida?
O que seria isso de “alma feminina” senão aquelas qualidades que se diz existirem na mulher sem que ela as tenham aprendido. Fala-se na sensibilidade, na paciência, no cuidado maternal. Fala-se também que não dirigem bem, que não entendem de futebol, que são pouco práticas, atributos estes ditos masculinos. Tudo blá blá blá!
Particularmente, não creio numa “natureza feminina” inata. Qualquer traço de personalidade existente no ser humano é oriundo da prática e do aprendizado. Portanto, qualquer qualidade pode ser constituída em qualquer ser humano, bastando para isso haver relações interpessoais e um determinado ambiente. As qualidades que constituem nossa personalidade são aprendidas, repetidas e reaprendidas num processo dialético onde o outro é de fundamental importância.
John Johnson disse certa vez que “Homens e mulheres são limitados não por seu lugar de nascimento, nem pela cor de sua pele, mas pelo tamanho de sua esperança”. Esta é a limitação que pode existir entre ambos, a esperança de serem correspondidos no que anseiam e de corresponderem ao outro. Sendo esta uma via de mão dupla.
Saber rir e fazer o outro rir é capaz de maravilhas. Digo isso aos homens. Tendemos a levar nossas dificuldades para casa e acabamos descontando nos filhos, na esposa e até no cachorro.
Pode-se dizer que a “alma feminina” reside na mulher que busca se instruir, que torna as pessoas ao seu lado mais felizes devido ao seu companheirismo e bom humor, que sabe dosar a vida profissional com a vida pessoal e familiar. E principalmente, saber que não é esperando que essas qualidades irão florescer em si, mas que é preciso ir atrás delas e cultivá-las.