Como compreender a afirmativa de Jesus aos judeus: – Sois deuses
– Em todo o homem (alma) repousa a partícula da divindade do Criador, com a qual pode a criatura terrestre participar dos poderes sagrados da Criação.
O Espírito encarnado ainda não ponderou devidamente o conjunto de possibilidades divinas guardadas em suas mãos, dons sagrados tantas vezes convertidos em elementos de ruína e destruição. Entretanto, os poucos que sabem crescer na sua divindade, pela exemplificação e pelo ensinamento, são cognominados na Terra, santos e heróis, por afirmarem a sua condição espiritual, sendo justo que todas as criaturas procurem alcançar esses valores, desenvolvendo, para o bem e para a luz a sua natureza divina.
Qual o sentido do ensinamento evangélico: – Todos os pecados ser-vos-ão perdoados, menos os cometidos contra o Espírito Santo?
– A aquisição do conhecimento espiritual, com a perfeita noção de nossos deveres, desperta em nosso íntimo a centelha do espírito divino, que se encontra no âmago de todas as criaturas.
Nesse instante, descerra-se à nossa visão profunda o santuário da luz de Deus, dentro de nós mesmos, consolidando e orientando as nossas legítimas noções de responsabilidade na vida.
Enquanto o homem se desvia ou fraqueja, distante dessa iluminação, seu erro justifica-se, de algum modo, pela ignorância ou pela cegueira. Todavia, a falta cometida com plena consciência do dever, depois da bênção do conhecimento interior, guardada no coração e no raciocínio, essa significa o pecado contra o Espírito Santo, porque a alma humana estará, então, contra si mesma, repudiando as suas divinas possibilidades.
É lógico, portanto, que esses erros são os mais graves da vida, porque consistem no desprezo dos homens pela expressão de Deus, que habita neles.
Qual o espírito destas letras: – Não cuideis que vim trazer paz à Terra; não vim trazer a paz, mas a espada?
– Todos os símbolos do Evangelho, dado o meio em que desabrocharam, são, quase sempre, fortes e incisivos.
Jesus não vinha trazer ao mundo a palavra de contemporização com as fraquezas do homem, mas a centelha de luz para que a criatura humana se iluminasse para os planos divinos.
E a lição sublime do Cristo, ainda e sempre, pode ser conhecida como a espada renovadora, com a qual deve o homem (a pessoa) lutar consigo mesmo, extirpando os velhos inimigos do seu coração, sempre capitaneados pela ignorância e pela vaidade, pelo egoísmo e pelo orgulho…
A transfiguração do Senhor é também um símbolo para a Humanidade?
– Todas as expressões do Evangelho possuem uma significação divina e, no Tabor, contemplamos a grande lição de que o homem deve viver a sua existência no mundo, sabendo que pertence ao Céu, por sua sagrada origem, sendo indispensável, desse modo, que se desmaterialize, a todos os instantes, para que se desenvolva em amor e sabedoria, na sagrada exteriorização da virtude celeste, cujos germens lhe dormitam no coração.
Do Livro: O CONSOLADOR. Emmanuel (Espírito). Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Instituto de Difusão Espírita. Federação Espírita Brasileira. Rio de Janeiro – RJ. 22ª Ed. 2000. Pág. 177.Pergs.: 302-310