Alunos do Colégio Gildo arrecadam mais de 250 kg em tampinhas

Liderado pelos alunos do 7º ano A e pela professora Sirlei Kurta, o ‘Tampinha Reciclada; Gratidão Compartilhada’ tem a premissa de tirar as tampinhas que seriam descartadas na natureza e convertê-la em cadeiras de rodas

Prezando a sustentabilidade e a ajuda ao próximo, começou em 19 de abril deste ano, no Colégio Professor Gildo Aluísio Schuck, de Laranjeiras, o projeto Tampinha Reciclada; Gratidão Compartilhada.

Conforme a professora responsável, Sirlei Fátima Kurta, a iniciativa tem como objetivo principal conscientizar a população sobre o cuidado com o meio ambiente, promover a empatia dentro da comunidade escolar, além de reverter a venda dos plásticos em cadeiras de rodas para pessoas necessitadas. O projeto começou com os alunos do 7º ano A.

A professora explica que o feito nasceu a partir da dica do pai de um aluno. “O Sr. Altieres Zuchinalli, pai do aluno Raul, observou uma situação cotidiana da coleta das tampinhas plásticas e compartilhou a ideia com seu filho. No início confesso que não dei muita atenção, porém, após participar de uma capacitação sobre ações sustentáveis, abracei a ideia apresentada pelo Raul e seu pai, e junto à turma elaboramos um plano para envolver a comunidade na coleta”, explica a responsável.

Ações

O intuito do movimento é conscientizar a população sobre a importância da reciclagem, enquanto incentiva a empatia e a ação comunitária. “Através de dez ações bem definidas, os alunos se tornaram protagonistas, transformando pequenos feitos em grandes impactos positivos. Atualmente, é gratificante perceber o envolvimento de pessoas físicas, empresas, escolas e colégios que estão colaborando, entregando suas tampinhas nos diversos pontos de coleta”, afirma a professora com alegria.

As dez ações envolvem etapas desde a elaboração do projeto, apresentação aos alunos e órgãos responsáveis, divulgação, coletas, e, por fim, a entrega dos materiais, que são vendidos para comprar cadeiras de rodas, parte esta realizada através do projeto ‘Cadeira de Rodas Solidária’ do Lions Clube de Cascavel.

Coletas e entregas

A primeira entrega aconteceu em maio, seguida pela segunda em julho, e a terceira recentemente, em 17 de agosto. “Na primeira leva conseguimos arrecadar cerca de 60 kg de tampinhas. Nas últimas a quantidade já aumentou para cerca de 100 kg”, diz Sirlei.

Os pontos de coleta incluem o próprio colégio, a Casa Iris, o mercado Rede Lar Rondon, Salão da Gelci, academias como a Spartan Gym, 4fit e Topfitness, nas catequeses Matriz e Santuário, e em diversos lugares. “Onde você ver a caixinha: Tampinha Reciclada; Gratidão Compartilhada, é um ponto de coleta”.

A professora ainda enfatiza as parcerias estabelecidas. “Nosso projeto possui grandes aliados. Além das empresas que se disponibilizaram para ser pontos de coleta, temos a parceria com o Lions Clube da cidade e também com o de Cascavel. Também fico feliz em ver a participação de outras escolas e colégios, que estão entregando as tampinhas nos pontos de coleta”.

A iniciativa já ultrapassou as fronteiras da comunidade local, e passou a contar com a ajuda de municípios vizinhos. “Acreditamos que pequenas ações se unem para criar um impacto significativo e sustentável. Esse projeto não apenas promove a preservação ambiental, mas também estimula a empatia e a conexão comunitária”, destaca professora Sirlei.

Mudança no pensamento

A professora afirma que ‘Tampinha Reciclada’ a fez perceber que ao fazer uso de imagens, fotos, vídeos, entre outros, as pessoas se sensibilizam. “Isso toca o coração, mexe com sentimentos, faz com que acreditem em seu potencial, como foi o caso de um aluno nosso, o Raul, que difundindo a ideia de sustentabilidade, descobriu em si o potencial de acreditar e lutar pelos seus objetivos. Antes ele não queria vir ao colégio, estava desanimado, mas depois do projeto começou a engajar mais com todo o âmbito escolar, principalmente com o ‘Tampinha Reciclada’. Isso, para nós professores, não tem salário que compense”, diz a professora com satisfação.

“Como diz o velho ditado, ‘tudo o que se planta, se colhe’. Eu como professora, posso afirmar que o caminho do sucesso, parte do conhecimento, e ao participar destas iniciativas, o aluno tem a oportunidade de expor suas ideias, argumentar, persuadir e por que não, mudar de atitude? Errar faz parte do aprender, e ter humildade é virtude de poucos. Assim, ao tirar uma tampinha do lixo, é sim uma atitude que passou a ser realidade não só dos alunos, mas também de muitas pessoas que me disseram, ‘Não consigo ver uma tampinha jogada, sinto-me na obrigação de catá-la’”, finaliza Sirlei.
Para aqueles que desejam auxiliar com doações, basta levar as tampinhas coleadas até os pontos citados na matéria. Uma maneira de ajudar as pessoas e também o meio ambiente.