Dia Mundial da Alfabetização
A data é um lembrete de que, ao ensinar as pessoas à ler e escrever, é possível investir em um futuro melhor para toda a sociedade
Brasil tem cerca de 10 milhões de analfabetos jovens e adultos
Hoje (08), celebra-se o Dia Mundial da Alfabetização, uma data estabelecida em 1967 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O intuito da comemoração é promover discussões globais sobre a relevância da alfabetização, especialmente em nações com taxas significativas de analfabetismo.
A alfabetização de crianças e adultos pode efetivamente transformar a trajetória de um país, pois quanto maior o acesso de indivíduos à leitura, seja por meio da cultura, do entretenimento ou da educação, maiores são as oportunidades de conquistar melhores posições no mercado de trabalho e, consequentemente, aumentar os ganhos financeiros. Isso, por sua vez, resulta em uma melhor qualidade de vida e na abertura de novos horizontes.
Importância
A professora Simone Gomes, do Núcleo Regional de Educação de Laranjeiras do Sul, enfatiza que a habilidade de ler e escrever pode mudar o mundo e a vida de uma criança. “A alfabetização é um dos primeiros passos para que o indivíduo possa ter um desenvolvimento e uma vida plena e saudável, além de ser essencial para oportunidades ao longo da vida, seja no âmbito cultural, de lazer, familiar, do trabalho e em todos os aspectos. É a melhoria da vida. Com certeza, pensar no processo de alfabetização e na maneira como surgiu, através de um desenho, de uma representação gráfica, faz-nos apreciar a evolução das palavras e sua junção”, detalha Simone.
A professora destaca que a alfabetização, no mundo de hoje, não se limita apenas às crianças em idade escolar. É um processo contínuo que abrange jovens, adultos e até idosos. O acesso à educação e à alfabetização é um direito fundamental e uma ferramenta poderosa para a inclusão social.
Analfabetismo no Brasil
A taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais recuou de 6,1% em 2019 para 5,6% em 2022, uma redução de pouco mais de 490 mil analfabetos no país, chegando a menor taxa da série, iniciada em 2016. No total, eram 9,6 milhões de pessoas que não sabiam ler e escrever, sendo que 55,3% (5,3 milhões) delas viviam no Nordeste e 54,2% (5,2 milhões) tinham 60 anos ou mais.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) ‘Contínua: Educação 2022’, divulgada pelo IBGE, primeira divulgação do módulo após a pandemia. Devido à redução na taxa de aproveitamento da amostra, causada pela mudança na forma de coleta implementada emergencialmente durante o período de distanciamento social, a divulgação do suplemento foi suspensa em 2020 e 2021, retornando com os resultados para 2022.
“O analfabetismo segue em trajetória de queda, mas mantém uma característica estrutural: quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos. Isso indica que as gerações mais novas estão tendo maior acesso à educação e sendo alfabetizadas ainda crianças, enquanto permanece um contingente de analfabetos, formado principalmente, por pessoas idosas que não acessaram à alfabetização na infância/juventude e permanecem analfabetas na vida adulta”, observa a coordenadora, Adriana Beringuy.
As taxas ficaram em 16,0% entre as pessoas de 60 anos ou mais, 9,8% entre as pessoas com 40 anos ou mais, 6,8% entre aquelas com 25 anos ou mais e 5,6% na população de 15 anos ou mais. Por outro lado, a taxa de analfabetismo das pessoas de 60 anos ou mais foi a que mais caiu, reduzindo-se em 2,1 p.p frente a 2019 e 4,5 p.p. ante 2016.
Caminho para o futuro
Simone enfatiza que o ‘Dia Mundial da Alfabetização’ é uma oportunidade para destacar os esforços contínuos no mundo todo para promover a educação e a alfabetização. É um lembrete de que, ao capacitar as pessoas com a habilidade de ler e escrever, é possível investir em um futuro melhor para todos. “Em Laranjeiras do Sul e em muitos outros lugares, educadores, instituições e comunidades continuam a trabalhar arduamente para garantir que a alfabetização seja acessível a todos. Esta é sem dúvidas uma jornada de realização e oportunidades que moldam vidas e comunidades de maneira profunda”, finaliza.