“Nasci para isso. Consigo entendê-los por um simples olhar”, afirma médica veterinária
Para celebrar o Dia dos Animais, a médica veterinária Amanda Civa conta sua trajetória, dificuldades e curiosidades do dia-a-dia. “Já realizei o parto de um bezerro de duas cabeças”
A medicina veterinária é muito mais do que uma profissão dedicada à saúde dos animais. Ela desempenha um papel fundamental na preservação da saúde pública, no fortalecimento da economia agrícola e, é claro, na promoção do bem-estar dos amigos de quatro patas. Em homenagem ao Dia dos Animais na última quarta (04), conheça a história da médica veterinária Amanda Civa, profissional que há quatro anos realiza seu sonho de infância, cuidar com amor e comprometimento os animais de grande porte.
Trajetória na profissão
Desde pequena, Amanda relata que demonstrou uma paixão gigante pelos animais. “Sempre gostei muito e acho que já nasci destinada a isso. Poder trabalhar com isso é a realização de um sonho”, revela.
No entanto, nem tudo sempre deu certo. Amanda relata que no início dos atendimentos em grandes animais, tanto clínica quanto cirúrgica, ela enfrentou rejeições por ser mulher. “Muitas pessoas duvidaram da minha capacidade de lidar com animais de grande porte. Mas não me importei com as críticas, e hoje, onde quer que eu vá, sou muito bem recebida e reconhecida”, enfatiza.
Preferências
A escolha da área, animais de grande porte, era um sonho que Amanda tinha desde jovem. “Gosto de todos os animais, mas bovinos e equinos sempre foram minha maior paixão”, confessa a veterinária.
Essa paixão a levou a se especializar nesse campo, onde ela encontra sua maior realização profissional. “Me descubro todos os dias convivendo com esses seres tão inocentes que, em um olhar, eu sinto compreender suas gratidões”, compartilha.
Ela destaca que não existe algo mais gratificante do que fazer o que ama, pois todos os dias ela convive lado a lado com lições valiosas sobre amor e vida que esses animais transmitem. “Sou extremamente realizada nessa profissão tão linda que escolhi, abaixo de chuva ou sol, me dedicando dia a dia a eles que não falam o que sentem, e sim com um olhar, um mugido, ou relincho, sei que estão com dor e que eu possa amenizá-los”, relata Amanda.
Casos marcantes
A médica ressalta que durante sua trajetória, vários momentos marcaram a profissão, mas o que mais se destacou, foi o nascimento de um bezerro com duas cabeças. “Fui chamada para atender uma vaca que estava tendo dificuldades para parir na região da BR 277, próximo ao Campo Mendes. Após realizar o parto normal, descobri a má-formação. Infelizmente, a duplicidade de cabeça, pescoço, cérebro e medula torna essa má-formação incompatível com a vida. No caso em questão, o bezerro nasceu com duas cabeças vivas, mas cerca de vinte minutos após o parto, ele entrou em óbito”, explica Amanda.
“Infelizmente, a má-formação genética é uma realidade triste que afeta alguns animais, mas é importante destacar que a atuação de profissionais capacitados pode minimizar o sofrimento dos animais e garantir o bem-estar daqueles que ainda podem ser salvos”, enfatiza a veterinária.
Gratidão
Por atender em toda a região, Amanda se tornou um exemplo forte na área. Sua história é um exemplo de como a paixão e a determinação podem superar desafios e preconceitos. Ela não apenas realiza seu sonho de infância, mas também contribui significativamente para o bem-estar dos animais de grande porte e a preservação da saúde pública, demonstrando que a medicina veterinária é uma profissão vital e abrangente que vai além do que os olhos veem inicialmente. “Para mim, não existe nada mais gratificante do que fazer algo com amor”, finaliza Amanda.
