8 de março: Mulheres boazinhas vão para o céu; Mulheres más…vão pra onde quiserem
No mundo todo o feminino sempre foi motivo de medo. Há um poder e um mistério no fato de gerarmos uma nova vida, que nem mesmo nós mulheres compreendemos totalmente. E se não entendo e domino, mais seguro castrar. Podar, manter sob estreita vigilância. E aí surgem a santa inquisição, as legislações que proibiam filhas mulheres de ser herdeiras dos pais, de ter acesso ao estudo, de trabalhar…, enfim, de viver.
Seja uma boa moça. E por “boa” entende-se obedecer ao homem. Após muita luta e mesmo mortes, as mulheres ampliaram, pelo menos no mundo ocidental, seu rol de direitos. É preciso registrar o emblemático março de 1911 quando um incêndio criminoso na fábrica da Triangle Shirtwaist em Nova York matou 146 trabalhadores: 125 mulheres e 21 homens, que protestavam pela redução da jornada e melhores condições de trabalho.
A célebre Simone de Beauvoir escreveu há algumas décadas e continua atual: “nunca se esqueça que basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados. Esses direitos não são permanentes. Você terá que manter-se vigilante durante toda a sua vida”.
Então não podemos esquecer que ainda persiste uma articulação das desigualdades de gênero e raciais no contexto da educação, do mercado de trabalho e renda, da exclusão e da violência. E infelizmente essa violência atinge umas mulheres mais do que outras. Leia-se pobres e negras.
Para fortalecer a busca pela equidade de gênero, a ONU Mulheres enfoca cinco áreas prioritárias: aumentar a liderança e a participação das mulheres; eliminar a violência contra as mulheres e meninas; engajar as mulheres em todos os aspectos dos processos de paz e segurança; aprimorar o empoderamento econômico das mulheres; colocar a igualdade de gênero no centro do planejamento e dos orçamentos de desenvolvimento nacional.
Ainda é necessário relembrar tudo isso, porque quanto menor a cidade, maior o machismo, a misoginia. O que mais assusta é quando a mulher resolve exercer sua sexualidade. Senhores com garotinhas que poderiam ser suas netas? Pode. O inverso é taxado de vergonhoso, com termos tão desrespeitosos que não me animo em repetir aqui. Hipócritas! Enquanto esse tipo de preconceito e recalque for praticado, não avançamos como sociedade. E as próprias mulheres precisam aprender isso. Estude. Dê duro no seu trabalho, ganhe seu dinheiro. Se decidir ser mãe, seja a mãe que você gostaria de ter tido. Gere empregos; se puder, empregue outras mulheres. Saia, beba, dance, curta suas amigas e amigos, se divirta. Decida se este ou aquele merece sua atenção. Mas não deixe que nenhum babaca ignorante dite o modo como você deve viver sua vida. E lembre-se, sendo boazinha você vai pro céu, mas se for má, você vai pra onde quiser.
TALENTOS & NEGÓCIOS
ERPA SUL
PRUDE
COPINI