Botulismo: veja os alimentos com maior risco de contaminação
Exemplos incluem vegetais como palmito, picles e pequi, produtos de origem animal que foram cozidos, curados ou defumados, pescados defumados, salgados ou fermentados, além de alguns queijos
Neste ano, a Bahia registrou seis casos confirmados de botulismo, uma doença grave que resulta da ingestão de alimentos contaminados, conforme informado pela Secretaria de Saúde do estado. Dentre os casos, duas pessoas faleceram, três estão hospitalizadas e uma já recebeu alta.
O botulismo é uma condição rara e não transmissível entre indivíduos. Sua causa é a ação de uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum (C. botulinum), a qual pode estar presente em alimentos malconservados ou inadequadamente processados, levando a intoxicações severas em poucas horas.
Contaminação
Segundo o Ministério da Saúde, os alimentos mais suscetíveis à contaminação por essa bactéria incluem:
- Conservas vegetais, como palmito, picles e pequi;
- Produtos de origem animal que foram cozidos, curados ou defumados, como salsichas, presunto e carne enlatada;
- Pescados que são defumados, salgados ou fermentados;
- Queijos e pastas de queijo;
- Alimentos enlatados industrialmente (embora a ocorrência de casos relacionados a esses produtos seja rara, conforme a pasta).
Além disso, é importante destacar que, para bebês de 3 a 26 semanas, o mel de abelha pode representar um risco, pois pode conter esporos da bactéria do botulismo. Por isso, a recomendação é que esse alimento seja evitado em crianças menores de 2 anos.
Formas de transmissão
A principal forma de transmissão do botulismo é a contaminação alimentar, que ocorre quando toxinas de alimentos contaminados são ingeridas. Existem também outras formas de transmissão, como:
- Botulismo intestinal: os esporos presentes nos alimentos contaminados podem se multiplicar no intestino, resultando na produção e absorção da toxina. Fatores de risco em adultos incluem cirurgias intestinais, doença de Crohn e uso prolongado de antibióticos. O período de incubação não é determinado.
- Botulismo por ferimentos: esta é uma das formas mais raras da doença, resultante da contaminação de ferimentos pela bactéria. Os locais mais comuns de contaminação são úlceras crônicas com tecido necrótico, fissuras, ferimentos em membros com esmagamento, áreas mal vascularizadas ou lesões causadas por agulhas. O período de incubação pode variar de 4 a 21 dias, com uma média de 7 dias.
- Botulismo infantil: essa é a forma intestinal mais comum em crianças de 3 a 26 semanas. O principal fator desencadeante é o consumo de mel de abelha nas primeiras semanas de vida. Essa forma da doença é responsável por cerca de 5% dos casos de morte súbita em lactentes.
Sintomas típicos:
- Dores de cabeça;
- Tontura e vertigem;
- Diarreia ou constipação;
- Náuseas e vômitos;
- Visão turva ou dupla;
- Dificuldades respiratórias;
- Comprometimento dos nervos cranianos;
- Paralisia nos músculos respiratórios, bem como nos braços e pernas.
Os sintomas podem variar conforme o tipo de botulismo (alimentar, intestinal ou por ferimentos), apresentando características comuns ou específicas entre si. Por exemplo, no botulismo por ferimentos, a febre é comum, enquanto os sintomas gastrointestinais são mais frequentes nos tipos alimentar e intestinal. Em algumas situações, os sintomas podem ser leves, o que dificulta o diagnóstico.
A confirmação do botulismo é realizada por meio de avaliação clínica e análise dos sintomas. Durante a consulta, o médico pode solicitar exames neurológicos, de imagem e laboratoriais para validar o diagnóstico.
O tratamento da doença consiste em medidas de suporte, como uso de medicamentos para alívio dos sintomas e monitoramento cardiorrespiratório, além de intervenções específicas, como a administração de soro antibotulínico e antibióticos para eliminar a toxina do organismo. O soro é disponibilizado exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) mediante notificação do caso suspeito em formulários específicos.