Clima no Sul do Brasil: o que esperar e como a agricultura será impactada
Previsões apontam chuvas abaixo da média nos três estados e temperaturas acima dos padrões históricos, com possíveis incursões de ar frio
O outono no Hemisfério Sul começou na última semana (20) e segue até o dia 20 de junho, marcando a transição entre o calor e a umidade do verão e o frio e a secura do inverno. Para o Sul do Brasil, essa mudança trará uma série de desafios e oportunidades para o setor agrícola, que precisa estar atento às variações climáticas.
Durante a estação, as chuvas diminuem consideravelmente, com destaque para o interior do país, mas a região Norte das Regiões Norte e Nordeste ainda registra precipitações significativas, influenciadas pela Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Enquanto isso, massas de ar frio vindas do sul começam a derrubar as temperaturas, principalmente na Região Sul, provocando quedas acentuadas nas serranias e mudanças no comportamento das culturas agrícolas.
Previsão climática para o Sul em 2025
Temperaturas e chuvas: para o Sul do Brasil, a previsão indica que as chuvas serão abaixo da média nos estados do Paraná, Santa Catarina e no norte do Rio Grande do Sul, mas no centro-sul do Rio Grande do Sul, os volumes podem ser próximos ou até acima da média. As temperaturas deverão ficar acima dos padrões históricos, mas com a possibilidade de incursões de ar frio, especialmente nas áreas serranas, que podem ter quedas acentuadas.
Fenômenos meteorológicos: o outono também pode trazer nevoeiros frequentes e geadas, especialmente em áreas mais altas da Região Sul. Além disso, a expectativa é de neve nas serras do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, o que pode afetar tanto a produtividade das culturas quanto a logística de transporte na região.
Impactos
O impacto do clima nas lavouras será significativo, principalmente devido à combinação de chuvas abaixo da média e temperaturas elevadas.
- Paraná: O deficit de chuvas pode reduzir a umidade do solo, prejudicando as lavouras de segunda safra, como soja e milho. Contudo, a colheita da primeira safra pode ser favorecida, já que o clima mais quente pode acelerar o amadurecimento das culturas.
- Santa Catarina e Rio Grande do Sul: No centro-sul do Rio Grande do Sul, a expectativa de chuvas mais próximas ou acima da média pode beneficiar as lavouras de primeira safra, especialmente as que foram plantadas tardiamente. No entanto, os estados do Paraná e Santa Catarina podem enfrentar um cenário de umidade mais baixa, dificultando o desenvolvimento das culturas.
- Temperaturas: Embora as temperaturas estejam acima da média, as incursões de ar frio podem gerar geadas em áreas serranas, o que pode impactar culturas sensíveis ao frio, como frutas e hortaliças.
Desafios para os produtores
Com a transição do fenômeno La Niña para um cenário de neutralidade no Oceano Pacífico Equatorial, os agricultores do Sul devem se preparar para um clima imprevisível, com variações de temperatura e precipitação que podem afetar tanto a produtividade quanto os custos de produção.
- Risco de deficit hídrico: As chuvas abaixo da média podem aumentar o risco de déficit hídrico, o que afetará negativamente o desenvolvimento das culturas de segunda safra. As lavouras que necessitam de mais água, como o milho, estarão mais vulneráveis.
- Benefícios para a colheita da primeira safra: O cenário, por outro lado, pode favorecer a colheita da primeira safra, especialmente em regiões onde a umidade está mais controlada e a temperatura elevada acelera o ciclo das plantas.