Dia do Agricultor: conheça a história de cinco produtores de diferentes atividades e apaixonados pela profissão

Ernani Tabaldi, Lauro Schuster, José Tersi, Carlos Gandin e Sidnei Braga compartilham a importância do ofício que alimenta o mundo

Hoje (28), celebra-se o Dia do Agricultor, uma data que reconhece a importância dos trabalhadores rurais para a sociedade e a economia global. Instituída em 1966, durante o centenário do Ministério da Agricultura, pelo então presidente Juscelino Kubitschek, a data é uma homenagem aos profissionais cuja dedicação diária no campo garante a produção de alimentos e matérias-primas essenciais para a vida cotidiana. Destacamos cinco desses profissionais, orgulhosos de fazer parte do setor agro, Ernani Tabaldi, Lauro Schuster, Sidnei Braga, Carlos Gandin e José Difende Tersi. Cada um atua em diferentes áreas, mas compartilham a paixão pela vida no campo e a parceria com suas esposas na gestão de suas atividades.

O agro é tudo

Acompanhe a trajetória de alguns produtores rurais que fazem parte de Laranjeiras e região.

Verduras e produtos artesanais
Ernani Tabaldi, agricultor de 47 anos que antes residia em Laranjeiras, agora comanda uma propriedade no Porto Barreiro. Junto com sua esposa, Rejane, iniciou a produção de vegetais há um ano, com foco em cultivar verduras de forma natural, sem o uso de produtos químicos ou esterco. Além das verduras, Tabaldi comercializa queijos, doces de leite e geleias, todos feitos artesanalmente.

Em suas palavras, Tabaldi destaca a importância do agricultor na economia: “O agricultor é um dos primeiros motores da economia. Tudo que ele produz vem para a cidade e se transforma em diversas rendas. O produtor de queijo, por exemplo, compra insumos, vende seu produto, que chega a mercados e se transforma em comida. É uma cadeia essencial. Devemos priorizar a produção de alimentos básicos como mandioca e alface, que muitas vezes faltam em alguns locais.”

Tabaldi também aponta desafios enfrentados pelos pequenos e médios produtores: “Eles geralmente precisam diversificar suas atividades para manter a renda familiar. Em áreas menores, o lucro é mais escasso e a necessidade de outras atividades é maior. Já em áreas maiores, o lucro pode ser pequeno, mas é mais estável. A agricultura sustenta nossas cidades, principalmente nas regiões como Cantu, onde o pequeno e médio produtor desempenha papel fundamental”, conclui.

Pecuária leiteira

Natural de Lajeado (RS) e residente em Laranjeiras do Sul há 37 anos, Lauro Schuster, de 62 anos, é uma figura essencial na pecuária leiteira da região. Com mais de duas décadas de atuação, Lauro preside a Cooperativa dos Produtores de Leite de Laranjeiras do Sul (Colels), cargo que ocupa desde o primeiro ano de sua fundação. Além de suas funções na cooperativa, Lauro, ao lado de sua esposa Marlize e seu filho Cleiton, mantém a produção leiteira na propriedade da família, localizada na comunidade Campo Sales.

Lauro expressa com orgulho sua profissão: “Ser agricultor é se sentir uma das pessoas mais nobres da terra. O agricultor produz alimentos para todas as idades e enfrenta sol, chuva e geadas”. Além disso ele complementa que a ocupação é movida pela esperança de um futuro melhor, persistindo com determinação e otimismo.”É uma profissão que oferece liberdade e a alegria de praticar diversas atividades. Eu me sinto muito honrado em ser agricultor e não trocaria essa profissão por nenhuma outra”, afirma Lauro.

Mel

Em Laranjeiras, José Difende Tersi, 55 anos, é um experiente produtor de mel nascido em Rio Bonito do Iguaçu. Com mais de três décadas de dedicação à apicultura, Tersi gerencia sua propriedade no Rio Laranjeiras ao lado de sua esposa, Adriana. “Ser agricultor é lutar todos os dias”, afirma ele, destacando a resiliência necessária para o trabalho.

Além de fornecer benefícios sociais e econômicos, a apicultura é vital para a preservação de ecossistemas, e o mel brasileiro é reconhecido internacionalmente por sua pureza. “É importante gostar da atividade. A produção de mel tem altos e baixos, mas não podemos desistir. As abelhas também são essenciais para a polinização das flores, que geram frutos”, afirma o produtor.

Psicultura

Formado em Ciências Econômicas, Sidnei Braga, de 38 anos, aplica seus conhecimentos para a gestão de uma propriedade voltada para a piscicultura em Laranjeiras, onde atua há 14 anos. Casado com a agrônoma Daiane, Sidnei enfatiza a fé e o esforço necessários para o sucesso na piscicultura, uma atividade de alto risco, mas com recompensas valiosas. “Ter fé em investir todo o meu patrimônio e esforço é essencial. É desafiador não saber se os resultados serão os esperados, mas é gratificante saber que o trabalho árduo produz alimentos para muitos”.

Sidnei destaca que a piscicultura está em expansão devido à crescente demanda por alimentos saudáveis. “A atividade ainda tem grande potencial de crescimento, especialmente com a aplicação de tecnologias avançadas e a distribuição em mercados já consolidados para outras proteínas”, afirma.

Além disso, ele cita o uso das inovações no campo. “Com o uso dessas tecnologias e a presença em mercados consolidados, os pescados têm um alto potencial de crescimento”, afirma o piscicultor.

Lavoura

Em Porto Barreiro, na comunidade de Passo das Flores, Carlos Gandin, conhecido carinhosamente por Guri, dedica sua vida a agricultura. Hoje, com 56 anos, optou por trabalhar somente com lavoura, mas até chegar à decisão, trabalhou com pecuária leiteira e tabaco. Há mais de 30 anos casado com Elina, os dois companheiros constituíram a família e seguiram na lida, hoje com dois filhos, em que um, acompanha o trabalho.
Para Guri, a agricultura é tudo, apesar da desvalorização enfrentada no preço. “Tudo o que temos é graças ao trabalho na roça. Há mais de cinco anos decidimos trabalhar com lavoura somente e não foi fácil, já que enfrentamos secas e percas totais, mas seguimos esperando e rezando por momentos melhores na agricultura”, disse ele.
Ele também enfatiza o apoio da família, que sempre trabalhou junto. “Quando jovem, e por ser o mais velho de seis irmãos, sempre enfrentei o trabalho pesado, ainda quando se arava com boi. Hoje, está tudo mais fácil, principalmente com a família, que sempre ajudou em todas as culturas. Meu filho mais velho tomou conta e é um orgulho saber que ele seguirá zelando o que trabalhamos por anos para conquistar”, finaliza.

Dia do Colono

Na nossa região, os agricultores são carinhosamente conhecidos como ‘colonos’. Embora o dicionário defina colono como alguém que vive em colônias, aqui o termo é utilizado para designar qualquer agricultor que reside em sua própria propriedade. Essa denominação tem origem nos imigrantes europeus que se estabeleceram no Sul do Brasil, transformando a região em uma extensão de suas colônias de origem. Diferente de outras partes do país, onde os colonos costumam viver em colônias, no Paraná eles habitam sítios, chácaras e fazendas. Ontem (25), celebramos o dia dedicado a esses trabalhadores, que com orgulho, honram suas raízes e contribuem para o desenvolvimento da região.