Diabetes, obesidade abdominal e hipertensão aumentam significativamente o risco de danos hepáticos em pessoas que consomem bebidas alcoólicas
Diabetes, obesidade abdominal e hipertensão aumentam significativamente o risco de danos hepáticos em pessoas que consomem álcool. Um estudo recente revelou que indivíduos com obesidade abdominal ou diabetes mais do que dobram as chances de sofrer lesões graves no fígado ao ingerirem bebidas alcoólicas. Já aqueles com hipertensão arterial e consumo de álcool têm quase o dobro do risco de desenvolver problemas hepáticos.
A pesquisa aponta que uma circunferência da cintura igual ou superior a 88 cm em mulheres e 100 cm em homens, medida frequentemente relacionada à obesidade, está entre os fatores de risco cardiometabólicos, que também incluem níveis elevados de açúcar no sangue e hipertensão. Essas condições favorecem o acúmulo de gordura no fígado, o que pode levar à fibrose ou cicatrização do órgão.
De acordo com especialistas, o fígado gorduroso pode surgir antes mesmo do diagnóstico de diabetes. “Isso está relacionado à desregulação do açúcar. Quando os níveis estão elevados, o fígado armazena gordura para compensar, e esse excesso compromete sua função”, explicou o pesquisador Freeman.
Acúmulo de gordura
Além disso, o álcool danifica as células hepáticas responsáveis pelo seu metabolismo, contribuindo para o acúmulo de gordura. A inflamação resultante pode evoluir para cirrose, aumentando o risco de insuficiência hepática e câncer de fígado.
O estudo sugere que o impacto do álcool no fígado pode ser mais severo em pessoas com condições preexistentes. “Os resultados destacam um grupo de alto risco para doenças hepáticas e mostram que problemas de saúde pré-existentes influenciam significativamente a maneira como o álcool afeta o fígado”, afirmou Brian Lee, autor principal da pesquisa e professor da Keck School of Medicine da University of Southern California.
Lee reforça que a ausência de obesidade abdominal, hipertensão ou diabetes não significa que o consumo elevado de álcool seja seguro. “O álcool é tóxico para o fígado e todos os bebedores pesados estão suscetíveis a doenças hepáticas avançadas”, alertou.
Estratégias para reduzir o consumo de álcool
Uma alternativa é substituir bebidas alcoólicas por mocktails, versões sem álcool de coquetéis, especialmente em contextos sociais. Alguns mocktails utilizam destilados não alcoólicos e ingredientes botânicos, enquanto outros combinam sucos, refrigerantes e xaropes.
Para quem busca reduzir o consumo, especialistas recomendam o método SMART, que estabelece metas específicas e realistas:
- Específico: Definir um objetivo concreto, como reduzir o consumo de álcool em três dias da semana;
- Mensurável: Controlar a quantidade de bebidas consumidas e o tamanho das doses;
- Atingível: Evitar eventos sociais onde o álcool será servido com frequência durante o processo de redução;
- Relevante: Refletir sobre os benefícios para a saúde e qualidade de vida ao diminuir o consumo;
- Baseado no tempo: Estabelecer um prazo realista para alcançar a meta.
Segundo o neuropsicólogo Sanam Hafeez, metas graduais são mais eficazes do que mudanças radicais. “Definir objetivos muito ambiciosos pode levar ao fracasso, então é melhor avançar por etapas”, disse Hafeez em entrevista à CNN. Ele também destaca a importância da autoavaliação: “O primeiro passo é ter uma conversa honesta consigo mesmo sobre seus hábitos”.