Especialista aponta a importância da constelação familiar

Para Érica Pivatto, o objetivo é ressignificar olhares para questões enraizadas, como dificuldades, que se repetem ou se mantém, em diversas áreas

A constelação familiar é uma abordagem terapêutica que visa desvendar e resolver questões profundas que afetam os relacionamentos familiares. Originada pelo trabalho do psicoterapeuta alemão Bert Hellinger, essa técnica se baseia na ideia de que os problemas familiares podem estar enraizados em padrões inconscientes e dinâmicas intergeracionais. Para melhor detalhamento do assunto, a terapeuta consteladora, Érica Pivatto, explica as principais bases dessa terapia e para quais indivíduos é indicado.

A prática
A técnica da Constelação Familiar foi desenvolvida pelo psicoterapeuta alemão, Bert Hellinger (1925-2019). Com base em seus extensos estudos terapêuticos, começou a observar e aplicar dinâmicas nos grupos de pessoas com quem convivia. Após anos de estudo e observação, ele nomeou essas dinâmicas de ‘Constelações Sistêmicas’. Em alemão, constelação familiar (familienstellen) significa posicionar cada membro da família em seu devido lugar, buscando organizar e harmonizar o sistema familiar.

Para a profissional, a terapia é considerada breve e muito sutil, que permite uma grande transformação, com possíveis movimentos de solução no presente e tende a encaminhar a pessoa para a vida.

Objetivo
O principal objetivo, de acordo com Érica, é colocar as coisas em ordem. “Por exemplo, dificuldades que se repetem ou se mantém, tanto na área afetiva, profissional, familiar, financeira, e até saúde. A constelação ressignifica o seu olhar para aquilo”.

Ela ainda aponta que é necessário, primeiro, entender de onde vem o motivo e direcionar de maneira correta. “Quando um indivíduo traz um problema para ser constelado, não é realmente apenas o problema, mas sim, um sintoma. E nesses sintomas persistentes é que a constelação é mais eficaz”.

A terapeuta continua assegurando que quando se busca a constelação, se procura uma solução para o que este oculto diante da pessoa, muitas vezes inconsciente, mas que de alguma maneira vem do passado. “Quando constela, a pessoa pode ressignificar isso em si e em seu sistema. Ao colocar no campo da constelação, pode ver com clareza. É como se clareasse o sentir e viver em relação àquele problema. E assim, consegue ter uma transformação na vida. Muitas vezes, a constelação também abre a visão para mais áreas da vida, e não apenas o que foi trabalhado durante a sessão”.

Quem pode fazer
Qualquer pessoa pode fazer a terapia, porém existe uma questão de hierarquia que deve ser respeitada. “Você faz por você mesmo, pais fazem pelos filhos, avós pelos netos, e em relacionamentos de casal, um companheiro faz pelo outro. Desde que não seja a título de curiosidade e sim de solução”, afirma Érica.

Profissional e sessão

Para se tornar profissional nessa área é necessário fazer um curso de constelação e se aprofundar nos ensinamentos de Bert Hellinger. Érica afirma que a maioria dos consteladores, podem ajudar, pois não é um simples curso de um final de semana. Ela indica, para quem quer escolher um facilitador, buscar uma boa pessoa com quem se identifique, pois a constelação tende a levar você para a vida. “Todos temos uma identificação maior com alguém. Busque um profissional que vibre vida”.

Além disso, relata que a constelação é muito delicada e eficaz, e normalmente uma sessão, é suficiente para resolver o problema. “Pois o intervalo de tempo para resultados é amplo e o que precisava ser liberado já foi”.

Tipos de constelação

Segundo a profissional, a constelação pode ser feita de maneira individual ou em grupo.
“A individual, pode ser feita com bonecos ou água, na qual participa só o terapeuta facilitador e o cliente. E na terapia em grupo, é feita com pessoas voluntárias que representam todas as informações”. A terapeuta também lembra que existem outras constelações, como a com cavalos, por exemplo.


Riscos e tratamentos
Para a consteladora, qualquer motivo que leve um indivíduo a buscar a terapia resultará em movimentos positivos em sua vida. “Pior do que está, não ficará. Sempre existe um movimento para algo maior. O que pode acontecer, é a pessoa não querer essa melhora ou não aceitar, e tudo continuar igual”. Além disso, ela destaca que a constelação não substitui de forma alguma nenhum tipo de tratamento e que ela pode integrada as demais terapias. “É muito eficaz, principalmente quando mentalmente, não conseguimos encontrar solução”.