Polaquinha Paranaense: de Marquinho às telas italianas

A personagem (ou não), de Vanessa de Lima, possui mais de 600 mil seguidores, além de milhões de visualizações. Confira na íntegra

Na busca por mais influenciadores da Cantu, desta vez, o Jornal Correio entrevista a ‘Polaquinha Paranaense’, de Marquinho. Conhecida pelo bom humor, ‘pranchaços de facão’ e o ‘tongo véio’, frases marcadas, Vanessa de Lima soma quase 600 mil seguidores no Facebook e Instagram. Além disso, os reels fixados na página oficial tem mais de 7 milhões de visualizações.
Conheça mais sobre a trajetória de Vanessa e a ‘Polaquinha’.

Jornal Correio: Vanessa, antes de falarmos sobre o seu trabalho como influenciadora digital, gostaria de conhecer um pouco mais sobre você, sem o rótulo de “Polaquinha Paranaense”. Fale um pouco sobre sua trajetória pessoal.

Vanessa: Eu sou Vanessa de Lima, mas venho da família Guralski. Sou mãe de um bebê de um ano e meio e esposa há dois anos e meio. Meu marido e eu começamos a namorar quando eu tinha 15 anos, e hoje, vivemos no interior, que sempre foi o meu lugar de preferência. Já morei em Laranjeiras do Sul, mas não me adaptei à rotina urbana, então decidi voltar para o campo. Lá, quero ensinar meu filho a trabalhar, como fui ensinada na minha infância.

Jornal Correio: Você é natural de Marquinho. Como foi sua criação no interior?

Vanessa: Sim, sou de Marquinho. Cresci em um ambiente rural, morávamos em frente à igreja de Anta Gorda por 10 anos, e depois nos mudamos para o Juti. Casei e fui morar perto da família do meu marido, que trabalha com gado na fazenda ao lado. Também continuo ajudando meus pais sempre que posso.

Trajetória digital

Jornal Correio: Vamos falar sobre a criação da sua página “Polaquinha Paranaense”. Como tudo começou?

Vanessa: Na verdade, não foi algo planejado. Eu sempre assistia vídeos de humor e gostava da ideia de trazer alegria às pessoas. Um dia, enquanto roçava um potreiro, comecei a gravar um vídeo brincando sobre o Ibama aparecendo por conta do mato fechado e postei no meu perfil pessoal. O vídeo bombou, e fiquei surpresa com a repercussão. Depois, fiz outro sobre espinheira-santa para proteger contra a Covid, que também teve bastante engajamento. Foi quando o Marcos, da página “Paraná Zoeira”, me sugeriu criar a minha própria página e ajudou a começar tudo, até mesmo sugerindo o nome “Polaquinha Paranaense”.

Jornal Correio: Você já imaginava que seus vídeos teriam tanto alcance? Lembra da primeira vez que viu o sucesso?

Vanessa: Não esperava, realmente. Um dos primeiros vídeos que postei, depois de criar a página, teve cerca de 3 mil visualizações. Foi uma alegria imensa. Depois, fiz vídeos sobre cidades do interior e um sobre Cavaco, distrito de Cantagalo, que também teve um grande alcance. Isso me motivou a continuar.

Impacto das redes sociais

Jornal Correio: Você se dedica mais ao Facebook ou ao Instagram? A internet já se tornou uma fonte de renda para você?

Vanessa: Eu foco nos dois! Tento postar em ambos todos os dias, embora meu foco maior ainda seja o Facebook. O TikTok também faz parte da minha rotina, mas com menos dedicação. Sim, a internet me proporciona uma fonte de renda, mas depende do alcance dos vídeos e da qualidade do conteúdo. Com parcerias e divulgação, minha renda se mantém, e tudo isso depende da minha dedicação. Não tenho outra fonte fixa de renda.
Jornal Correio: O que tem gerado mais retorno para você, os vídeos ou as parcerias?

Vanessa: Os dois são importantes e caminham juntos. A renda vem dos vídeos e das parcerias, que são o que geram a minha renda. Meu marido trabalha com manejo de gado e é o provedor de casa, então tentamos ser econômicos buscando reduzir custos.

Jornal Correio: Você trabalha com marcas como Erva-Mate Taquaral, Cresol e outras. Como surgiram essas parcerias?

Vanessa: Sim, além dessas, trabalho com Cuias do Porto, Pertutti e Bela Fit. A maioria das parcerias surgiu de maneira natural, com empresas que me viram como influenciadora e confiaram no meu trabalho. No caso da Pertutti, onde trabalhei antes, a relação sempre foi muito boa, o que facilitou o retorno deles me convidando para fazer parcerias. Outra pessoa que é minha parceira desde o início é a fotógrafa e vereadora de Marquinho, Luana Larissa.
Jornal Correio: Você já recusou alguma parceria?
Vanessa: Sim. Já recusei jogo do tigrinho e outras coisas que eu achava que não valiam a pena. Pode até compensar financeiramente, mas eu penso no impacto que pode ter nas pessoas. Esses jogos são viciantes, e eu não quero influenciar ninguém a perder dinheiro com isso.

Lado profissional e metas futuras

Jornal Correio: Quais são suas metas para 2025, tanto no trabalho quanto na vida pessoal?

Vanessa: Profissionalmente, quero melhorar cada vez mais. Já conquistei a compra de um microfone para aprimorar a qualidade dos meus vídeos. Também quero ser mais organizada na produção de conteúdo, especialmente envolvendo mais o Miguel, a Gabi e o Tonho. Pessoalmente, tenho como metas tirar minha carteira de motorista e oficializar meu casamento com uma celebração religiosa simples, mas especial.

Jornal Correio: Como é a sua rotina de gravação? As ideias surgem de forma espontânea?

Vanessa: Sim, as ideias surgem espontaneamente. Se eu tiver uma ideia, não posso esperar. Preciso pegar o celular e gravar na hora, sem me preocupar com o momento ou como estou. Às vezes, a inspiração vem enquanto estou trabalhando, e a gravação precisa ser feita imediatamente. Quando gravo com outras pessoas, eu sempre organizo com o Miguel, que me ajuda com a assessoria.

Rotina de gravação e desafios

Jornal Correio: Como a vida no interior ajuda ou atrapalha a produção de vídeos?

Vanessa: O interior facilita, pois, minha vida pessoal e profissional se entrelaça. Mas, como mulher e dona de casa, tenho muitos afazeres diários: cuido da horta, ajudo na lavoura dos meus pais e também cuido do meu filho. A rotina é corrida, mas amo viver no campo.

Jornal Correio: Já pensou em parar de gravar? Quais foram as dificuldades que você enfrentou?

Vanessa: Sim, já pensei. Em um momento, parei por um ano e meio. Fiquei desmotivada, principalmente por conta de alguns comentários negativos. Mas sempre tento focar nas coisas boas e ignorar as críticas destrutivas.

Jornal Correio: Como a sua família reagiu ao seu trabalho nas redes sociais?

Vanessa: No começo, meus pais não entenderam bem, especialmente minha mãe, que achava estranho me exibir nas redes sociais. Mas meu pai entrou na brincadeira e sempre participou das gravações. Hoje, minha mãe também entrou na onda e aparece nos vídeos. Outros familiares inicialmente não entendiam, mas agora já aceitam melhor.

Reconhecimento

Jornal Correio: Quando você percebeu que seus vídeos estavam alcançando pessoas fora da sua comunidade?

Vanessa: Percebi quando um professor comentou que parentes dele no Paraguai estavam compartilhando meus vídeos. Fiquei surpresa. Também recebi mensagens de seguidores da Itália. Foi um choque perceber que meus vídeos estavam alcançando pessoas tão distantes.

Jornal Correio: E como foi lidar com esse reconhecimento?

Vanessa: Foi algo que eu nunca imaginei. Eu fazia os vídeos por diversão e sem expectativas. Quando vi que estava alcançando pessoas de outras partes do mundo, como Paraguai e Itália. Foi uma sensação incrível.

Jornal Correio: Você tem alguma história engraçada sobre seus seguidores?

Vanessa: Ah, tem várias. Encontro muitos seguidores que me reconhecem e se divertem comigo, como uns senhores que sempre têm uma piada pronta quando me veem. Cada dia é uma surpresa divertida.

Jornal Correio: Para quem está começando agora, qual conselho você daria?
Vanessa: Nunca desistam. É de grão em grão que a galinha enche o papo. No começo, dá desânimo, parece que não está indo para lugar nenhum, mas se você continuar focado, postando, interagindo, vai dar certo. E outra coisa: não pode ter vergonha. Tem que ser cara de pau mesmo.