A cidade de Pelotas, no Rio Grande do Sul ainda está festejando a eleição de seu filho e ex-prefeito Eduardo Leite (2013-2016) ao cargo de governador do Estado. Pelotas sempre foi conhecida como terra de gays, no entanto o título pejorativo vem pelo fato da juventude pelotense, no final do século 19, ser mais sofisticada que a maioria dos gaúchos. Os produtores de charque da cidade enriqueceram e mandaram os filhos para estudar em universidades na Europa, especialmente na França. Eles voltavam com modismo e roupas diferentes, como camisas com mangas de golas, afirma o historiador José Plínio Guimarães Fachel, da Universidade Federal de Pelotas. Foi um choque na sociedade gaúcha da época, que era, por assim dizer, rústica. Assim, parte da juventude de Pelotas ganhou a fama de ser efeminada, diz Fachel. Além disso, a cidade ficou neutra na Revolução Farroupilha e não esteve muito envolvida nos conflitos com os castelhanos no século 19, por não ficar na fronteira. Por ser relativamente pacífica em uma época conturbada, Pelotas foi alvo da ira de moradores de cidades onde o sangue corria mais fácil. Na coleção de anedotas sobre a cidade, contam que o poder público havia concluído importante avenida que cruzava a cidade de Sul a Norte e já estava decidido que seria denominada de TRANSVIADÔNICA. Na mesma época, em Campinas, São Paulo, deram a mesma denominação a uma via pública, fato que chegando aos ouvidos dos pelotenses gerou insatisfação generalizada. As autoridades decidiram então fazer pesquisa popular para que um grupo de jurados escolhesse a melhor denominação para a sua avenida. Ganhou o munícipe que apresentou a seguinte sugestão: VIADOM PEDRO II. A fama de Campinas vem pelo mesmo motivo de Pelotas, as lavouras de café que enriqueceram muita gente, possibilitando que muitos jovens fossem estudar na Europa.
VAQUEIRO BOM DE CONTAS. O rapaz que trabalhava para importante pecuarista no Pampa Gaúcho se apaixonou pela filha do patrão. Não era dos melhores nas lidas campeiras, mas mesmo assim para impressionar o fazendeiro, montava os cavalos mais ligeiros, apanhava novilhos a unha em dias de castração a até havia aprendido a dançar no CTG. Um dia o patrão o mandou subir no alambrado e contar quantos animais saíam da mangueira após aberta a porteira. Quando todos saíram naquele entrevero levantando enorme nuvem de poeira o moço gritou eufórico. Duzentos e Oitenta e Seis. Como era o número exato o admirado patrão disse: Exatamente meu rapaz, mas como conseguiu a contagem correta? E ouviu do moço: Simples patrão, contei 1.144 pernas, dividi por quatro e cheguei ao resultado: 286 animais.