Roberto Barbieri, observador, racional, analítico, cético, livre pensador
Uma das características do convívio humano, é a adoção de posturas que o indivíduo acha mais adequadas no seu relacionamento competitivo com os demais membros.
Competitividade é o termo que mais caracteriza o impulso de crescimento da sociedade, embora as outras posições sociais sejam consideradas mais nobres, como a fraternidade, a sociabilidade, a busca da igualdade e do sentimento de liberdade. Por mais desejáveis que estas últimas sejam, internamente, dentro do íntimo de cada um, a competição individual marca profundamente as ações das pessoas e, para o bem ou para o mal, esta é a mola propulsora das mudanças de estágio observadas ao longo da história na grande maioria das culturas.
Esta posição exige bastante da mente e dentro da sua imperfeição, as pessoas adotam posturas dissimulatórias das mais variadas para enfrentar numa verdadeira guerra ao seu próximo, que torna-se na prática o seu oponente.
São adotadas máscaras ou carapaças que disfarçam e protegem o ser humano nas suas relações, onde podemos verificar uma série de contradições:
A agressividade pode esconder na realidade indivíduos medrosos e fracos que buscam forças para se firmar através desta postura. Assim uma pessoa agressiva pode não ser o sinônimo da existência de força mental e sim da falta desta.
Os expansivos e dominadores de ambientes, podem estar buscando sair de sua extrema falta de segurança, buscando com isto se afirmar dentro daquilo que nem eles mesmo acreditam.
Os aparentemente passivos e concordados, podem esconder uma preparação felina para um ataque que nunca é esperado.
Os controlados e racionais, podem estar sufocando emoções, numa verdadeira panela de pressão, que uma hora poderão extravasar de uma forma surpreendente.
Os explosivos podem apresentar a perda de sua força de impacto na competição, por não guardarem as energias necessárias, descarregando-as a todo momento.
Tudo isto não são regras, são hipóteses passíveis de acontecer e que acontecem muito nas observações que podemos fazer ao nosso redor constantemente, ao lado de outros tipos de comportamento aqui não mencionados.
São componentes em nossas relações e que nos leva a pensar o quanto somos intrigantes, complexos, grandiosos ou até decepcionantes; podemos subir aos céus ou descer aos infernos com a mesma facilidade.
Resta-nos buscarmos a compreensão de nós mesmos e um processo de melhoria contínua tal como dizem os estudiosos da mente. Temos que observar nosso próprio comportamento e ajudar-nos a crescer mentalmente, pois caso contrário ninguém o fará por nós por não entenderem o que de fato somos individualmente tal o nosso possível mascaramento.