Esta será – independente do mérito – uma quinta-feira que ficará na história do país.
A presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Curitiba, neste encontro com o Juiz Sergio Morom deve causar um frisson tanto na esquerda quanto nos demais lados da ideologia política brasileira, se é que eles existem, além, obviamente, da direita.
Numa espécie de ultima ratio regum, a defesa do ex-presidente tentou protelar a audiência com Moro, mas esbarrou na decisão do juiz federal Nivaldo Brunoni, que negou o pedido de habeas corpus impetrado pelos advogados do petista.
A defesa de Lula havia requerido a suspensão da audiência para que fosse possível analisar as cerca de 100 páginas em documentos que a Petrobras anexou ao processo. O advogado Cristiano Zanin Martins alegou cerceamento de defesa por “não haver viabilidade material de análise dessa documentação antes do interrogatório”.
Guerra Jurídica à parte, o que deve inflamar mesmo o episódio é a paixão política, que envolve o tema.
Favoráveis e contrários se digladiam na Mídia Social, com informações inverídicas, constrangedoras e midiáticas tando de um lado como de outro.
O fato é que o mérito está muito acima das paixões. As descobertas feitas pela Lava jato, afetam o país estruturalmente em todos os seus segmentos e a população vive momentos de incertezas, indefinições e descontentamento.
A classe política que nunca teve muita credibilidade perante o cidadão, por questões óbvias e que afloraram com os escândalos recentes descobertos com a Operação Lava Jato, incluindo aí, o até então adorado Lula, está a um passo do colapso.
A Ditadura Miliar ganha adeptos e a Democracia balança.
Mas o momento histórico, referência no início deste editorial, é justamente por isso! Vivemos a grande oportunidade de passar o Brasil a limpo.
E sem querer arriscar um resultado pós depoimento, evocamos a celebre frase: A justiça tarda mais não falha.
Tomara!