Além do paciente

Estar doente é muito difícil, mas ver quem mais se ama doente e muitas vezes não poder fazer nada, isso destrói qualquer um

O câncer em crianças e adolescentes com idade entre 0 e 19 anos, corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e geralmente afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação. Por serem predominantemente de natureza embrionária, tumores na criança e no adolescente são constituídos de células indiferenciadas.
As causas para o seu surgimento ainda são pouco exploradas e tem associação com a predisposição genética, hereditária, imunológica, exposição ambiental a agentes genotóxicos, radiações ionizantes, campos eletromagnéticos e outros. Apesar de ser considerado raro quando comparado com o câncer em adultos, pois afeta uma pequena proporção da carga global do câncer, tem incidência média estimada entre 0,5% a 4,6% de todos os tumores malignos.
Assim como nos países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes, configurando-se como um problema de saúde pública.
O câncer infantil gera impactos sentimentais profundos na vida de todos, sendo um grande indutor de sentimentos negativos na criança ou adolescente e nas pessoas próximas.

A dor de ter um familiar com câncer é inimaginável para quem nunca sentiu na pele, mas quando trata-se de uma criança ou adolescente a comoção é ainda maior. O preparo psicológico das famílias é algo que com certeza tem que ser pensado. A carga emocional, as incertezas, o sentimento de impotência são inevitáveis, mas devem ser amenizados de alguma forma. O processo de tratamento do câncer é algo que deveria ir além do paciente em si e abranger os familiares com apoio de profissionais qualificados para cuidar dos sentimentos de quem vive e acompanha de perto a doença. Estar doente é muito difícil, mas ver quem mais se ama doente e muitas vezes não poder fazer nada, isso destrói qualquer um.