Na página oito da edição 4003 temos dois casos de violência entre pais e filhos e um de violência doméstica. Estes são apenas os que aconteceram neste fim de semana em nossa região
O Brasil é líder no ranking de violência contra crianças e adolescentes. Na classificação de violência contra a mulher nosso país está em 5º lugar, atrás de países com baixos índices de desenvolvimento humano como El Salvador (0.525), Guatemala (0.627), Colômbia (0.752), com exceção da Rússia (0.822). No último levantamento o Brasil estava com o IDH de 0.754.
Dados do Programa de Atenção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Violência (FIA/RJ) traçaram o perfil daqueles que mais sofrem com agressões e abusos. No levantamento foi possível identificar que em 58% dos casos, as crianças estão na faixa etária de 0 a 6 anos. O principal tipo de violência é o abuso sexual (49,3%), seguido pela psicológica (24,4%), física (15,6%) e negligência (10,7%).
Só no primeiro semestre de 2022, a central de atendimento registrou 31.398 denúncias e 169.676 violações envolvendo a violência doméstica contra mulheres.
Na página oito desta edição temos dois casos de violência entre pais e filhos e um de violência doméstica. Estes são apenas os que aconteceram neste fim de semana em nossa região, os que foram registrados, ficando de fora diversos outros que ocorreram durante o mês e no ano todo.
Até quando serão necessários campanhas de conscientização para sanar o problema em nosso país? Será que apenas campanhas são suficientes?
Diversas leis e normas, tanto nacionais como internacionais frisam que é urgente reconhecer o problema causado por crimes familiares contra crianças e mulheres. A questão é de extrema gravidade pois impede a realização do potencial de trajetórias pessoais, vitima famílias inteiras marcadas pela violência e desta forma limita o desenvolvimento global da sociedade, gerando um ciclo de violência sem fim.
Quando se trata de crimes sociais são diversos fatores os causadores das ações. Entre eles podemos citar machismo, abuso de substâncias, negligência parental, uso de técnicas hostis de disciplina, entre tantos outros.
Em suma, a educação tem o papel fundamental no extermínio destes problemas. Educação de nossas crianças contra o machismo, em combate à violência contra as mulheres e contra os mais vulneráveis. Tanto meninos quanto meninas, enquanto houverem homens machistas a violência existe, assim como, enquanto existirem mulheres machistas também surgem filhos machistas, repetindo um ciclo de violência e negligência.