A renovação tem que passar pelos dirigentes políticos, e isso começa pelos diretórios
O editorial é o espaço onde o jornal expressa a sua opinião sobre fatos relevantes que estão acontecendo, seja na nossa cidade, região, país ou mundo. Ao nos depararmos com a folha em branco na tela do computador passa um filme dos últimos acontecimentos e aí decidimos sobre qual vamos escrever. O assunto de hoje, embora não seja nenhuma novidade, porque ninguém duvidava que os senadores devolvessem o cargo a Aécio Neves. É, mais uma reflexão dos caminhos dicotômicos, que tomou a democracia brasileira.
Não é de hoje que cobramos a necessidade de melhorarmos a qualidade de nossa democracia. Apesar de sabermos que não é o regime que vai mudar alguma coisa. De nada vai adiantar uma reforma política, mesmo que radical, e não o arremedo que foi a brasileira, se a cultura adotada pelos nossos governantes não mudar. Governantes entenda-se como os três poderes juntos, porque é dali que saem as decisões. Muitos apostam numa renovação total nas próximas eleições, agora se o atual sistema for mantido é chover no molhado, de que vai adiantar se os partidos que lá estão representados, que há muito estão afundados numa crise ética, continuarem no poder.
Pode-se questionar, mas se ocorrer uma grande renovação no senado e congresso nacional com caras novas isso pode mudar? Acreditamos que sim, desde que, a renovação seja geral, inclusive nos diretórios partidários, que eles sejam tomados por pessoas ilibadas, que tenham princípios éticos acima de seus interesses pessoais. Caso contrário continuaremos assistindo o teatrinho do jogo de poder, de um lado o Congresso Nacional, do outro o Supremo Tribunal Federal (STF) e o governo com a batuta na mão orquestrando os próximos passos.
Então não tem solução? Tem, mas passa pela escolha de pessoas comprometidas em mudar o sistema, ou continuaremos com governantes preocupados com uma minoria de privilegiados. E pior continuaremos ao ouvir discursos dos Aécios da vida: a decisão restabeleceu princípios essênciais de um Estado Democrático, garantindo tanto a plenitude da representação popular, como o devido processo legal, me permitindo comprovar cabalmente na justiça minha inocência em relação às falsas acusações das quais fui alvo. Bem, ele não deixa de estar certo, afinal perante a justiça todos somos inocentes até que se prove em contrário.