_
Na coluna ´Prosa Rural´ de hoje (página 6), o engenheiro florestal Avelino Badotti Neto, traz insights de sua conversa com a professora doutora Claudia Madruga Lima, da UFFS – Universidade Federal da Fronteira Sul, de Laranjeiras. Seu grupo de pesquisa e extensão em horticultura tem dado importante contribuição para o cultivo, manejo e pós colheita de diversas plantas.
Como explica a professora Claudia, a horticultura é o setor que envolve o cultivo de plantas comestíveis e não comestíveis. Assim, estamos falando do plantio de frutas, hortaliças, verduras, legumes, cogumelos e até e árvores. Possui como características o estudo das técnicas de aproveitamentos dos frutos e técnicas de produção. Também engloba a indústria da alimentação e da estética.
De maneira geral, a horticultura no Brasil abrange áreas tão diversas, como a cultura de plantas ornamentais, floricultura, olericultura, silvicultura, fruticultura e jardinocultura.
Para se ter uma ideia da importância dessas pesquisas, basta dizer que segundo a ONU, 30% de todo o alimento produzido no mundo é desperdiçado. E quando falamos de frutas e hortaliças o índice de desperdício sobe para 45%.
Na outra ponta, temos uma região que ‘importa’ mais de 80% das frutas e hortaliças que consome. Uma conta difícil de entender. Em conversas com Valter Rodack, fica expresso o desejo da SEAB de apoiar iniciativas para reduzir essa dependência, que pode gerar mais renda para os produtores, enquanto baixaria o preço ao consumidor final, já que reduziria em muito a logística.
Um bom exemplo vem da cidade de São Paulo. A Fruta Imperfeita (https://frutaimperfeita.com.br), compra frutas e legumes “imperfeitos” e que provavelmente seriam jogados fora e os transforma em cestas com entrega semanal, a um preço honesto. Seu manifesto explica o conceito: “a Fruta Imperfeita quer se conectar às pessoas que estão cansadas dos atuais padrões de beleza, comportamento, consumo e estilo, onde a imagem da perfeição é colocada em um pedestal, que se traduz por status, sucesso e prestígio.
Eles acreditam que a quebra desses padrões abre novas possibilidades e nos prepara para encontrar um novo – e próprio – caminho. Querem mostrar que o “ser” é muito mais valioso do que o “ter”. Enquanto o “aparecer” for mais importante do que o “viver”, ainda haverá o desperdício.
É uma ideia muito bacana, porque reduz o desperdício, enquanto aponta o exagero de padrões estéticos quase impossíveis, para frutas, legumes e pessoas.
Cabe-nos aqui parabenizar o trabalho do Avelino que nos mostra ótimas prosas e também da professora Claudia e seu grupo. Torcemos para que os cursos e oficinas ganhem escala e atendam toda a região. É preciso aproximar a UFFS da SEAB, bem como das secretarias municipais de agricultura e cooperativas agrícolas. Todos em prol do (tão aguardado) desenvolvimento regional.