Por que comemoramos o Dia das Mães?

Celebrado no Brasil sempre no segundo domingo de maio, o Dia das Mães foi instituído em 1932 pelo então presidente Getúlio Vargas (1882-1954), diante ao movimento feminista que ganhava corpo com o direito de voto das mulheres. Em termos econômicos, o primeiro semestre do ano precisava de uma data comemorativa para aquecer as vendas frente ao Natal do segundo semestre.

A data, entretanto, é comemorada em diferentes datas fixas ou domingos ao redor do mundo, seja em fevereiro ou então em outubro no Oriente Médio, quando coincide com o início da primavera. Na Antiguidade (até 476 a.C) eram comuns, nesta época do ano, acontecerem festivais e celebrações em homenagens às figuras maternas. Divindades como Deusa Reia, mãe dos deuses na Grécia e a Deusa Cibele romana, Magna Mater, eram cultuadas em celebrações que poderiam durar alguns dias. Com o processo de dominação cristã no Ocidente, essas celebrações foram apropriadas em torno da Virgem Maria, mãe de Jesus, no mês de maio e em referência aos festivais das Deusas da fecundidade na antiguidade. Na Inglaterra, na chamada Era Moderna (1453-1789), o 4º domingo da quaresma aparecia como domingo de visitar as igrejas-mães, igrejas locais de origem, e visitar suas mães.

Na contemporaneidade, contudo, a data se fixou nos Estados Unidos em 1914 na tradição cristã protestante em homenagem à data de morte da ativista Ann Jarvis, 09 de maio de 1905. Ela foi responsável por organizar os Mothers Days Works Clubs (Clubes de Trabalho do Dias das Mães) em 1858, com objetivo de melhorar as condições sanitárias e assim, diminuir a mortalidade infantil. Depois, durante a Guerra de Secessão ou Guerra Civil Americana (1861-1865), fundou o Mother’s Friendship Day (Dia das Mães pela Amizade) em 1865, para unir famílias que haviam lutados em diferentes lados da guerra.

O Dia das Mães, assim, traz um significado e necessidade ancestral de celebrar a divindade das mulheres em torno da criação da vida. A partir da ideia de maternidade, adquire contornos de cuidados da vida humana, com traços comportamentais de bondade, solidariedade e pacificação diante das lutas pela sobrevivência. Se amplia para a luta das mulheres de acesso aos direitos e se encontra no movimento de gênero, em que a responsabilidade de ser mãe e prestar serviços a humanidade é responsabilidade de todos.