Preservar a simplicidade

Enquanto a Filosofia elabora conceitos e estabelece escolas, tentando decifrar os enigmas da realidade humana, adentrando-se pelos meandros complexos da razão e da logística; enquanto a Ciência se aprofunda pelos arraiais da Cosmonáutica, procurando desvendar os processos da origem do Universo, ao mesmo tempo penetrando a sonda percuciente do exame no micro-organismo, a fim de estabelecer a realidade da vida organizada, e a Teratologia, em nome da investigação desvaria; enquanto as Religiões demoram-se preocupadas com o número dos seus adeptos e da realização promocional nos concertos das grandes Nações da Terra, o Evangelho de Jesus prossegue necessitando de aplicação urgente, de modo a conduzir o homem ao seu glorioso fanal, que é a plenitude da felicidade para a qual foi criado.
Não obstante os valiosos esforços dos Organismos do conhecimento, que se conjugam para a solução da problemática humana, e dos valiosos contributos para a equação de inúmeras incognitas, outras vêm irrompendo, desafiadoras, conduzindo a inteligência, que enlouquece de soberba e de angústia, a estados paroxísticos, porque, lamentavelmente, fugindo da intolerância religiosa ancestral, tomba, irremediavelmente, na mesma posição apaixonada, chegando ao extremo absurdo da negação da existência de Deus.
Não há porque se ignorarem os passos avançados que as ciências ofereceram à vida na Terra.
No entanto, simultaneamente, a angústia e o desespero passam, afligentes e devoradores, dizimando verdadeiras multidões e ameaçando a estabilidade emocional do ser pensante.
Pairando, porém, acima das arbitrárias conjunturas do momento, o pensamento do Cristo prossegue erguendo templos de amor à vida e escolas de misericórdia à necessidade e à ignorância.
Em seu nome, o Consolador desperta as mentes e os sentimentos para a organização dos valores humanos, ensinando, através da simplicidade e do amor, a vivência de uma Era melhor e mais digna.
Por isso não nos podemos olvidar da necessidade de preservar os princípios espíritas na sua pureza primitiva, mantendo as diretrizes cristãs em nossas Casas de oração e de serviço.
Não faltam lágrimas, nem dores, no mundo aguardando os que realmente desejam a integração no espírito da vida, para os quais vem a Doutrina Espírita.
Pouco importam os trajes em que se apresentam os transeuntes do sofrimento: sejam sob os tecidos caros da relevante projeção social e econômica ou nos destroços do naufrágio moral e financeiro.
A mensagem do Cristo volve à Terra para conduzir o ser e ampará-lo na trajetória evolutiva por onde deambula.
Recordando a pureza do Cristo, a humildade com que sempre se apresentou e de que revestiu os Seus ensinos, cumpre-nos preservar as bases do Cristianismo, conforme a sua primeira manifestação, de modo a que o fagio do orgulho não nos envenene, nem as preocupações seitistas e divisionárias não nos separem, gerando distúrbios e dificuldades que afastem os Benfeitores Espírituais que trabalham em nome do Senhor Jesus.
Reativemos a atitude da abnegação e do sacrifício, promovendo o homem, dando-lhe repouso e resignação para a sua plena paz, preservando a simplicidade da nossa fé.

Livro: TERAPÊUTICA DE EMERGÊNCIA. Espíritos Diversos. Eurípedes Barsanulfo (Espírito). Psicografia Divaldo Pereira Franco. Livraria Espírita Alvorada – Editora. 1ª ed. Salvador - BA. 1983. 

Manoel Ataídes Pinheiro de Souza. CEAC. Guaraniaçu – PR. manoelataides@gmail.com