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Mecanismo da Psicometria
Expondo algumas anotações em torno da psicometria, considerada nos círculos medianímicos por faculdade de perceber o lado oculto do ambiente e de ler impressões e lembranças, ao contato de objetos, nos domínios da sensação a distância, não é demais traçar sintéticas observações acerca do pensamento, que varia de criatura para criatura, tanto quanto a expressão fisionômica e as marcas digitais.
Destacaremos, assim, que, em certos indivíduos, a onda mental a expandir-se, quando em regime de “circuito fechado”, na atenção profunda, carreia consigo agentes de percepção avançada, com capacidade de transportar-se os sentidos vulgares (comuns) para além do corpo físico, no estado natural de vigília.
O fluido nervoso ou força psíquica, a desarticular-se dos centros vitais, incorpora-se aos raios de energia mental exteriorizados, neles configurando o campo de percepção que se deseje plasmar, segundo a dileção da vontade, conferindo ao Espírito novos poderes sensoriais.
Ainda aqui, o fenômeno pode ser apreendido, guardando-se por base de observação as experiências do hipnotismo comum, nas quais o sensitivo – muitas vezes pessoa em que a força nervosa está mais fracamente aderida ao carro fisiológico – deixa escapar com facilidade essa mesma força, que passa, de pronto, ao impacto espiritual do magnetizador.
O hipnotizado, na profundez da hipnose, pode então, libertar a sensibilidade e a motricidade, transpondo as limitações conhecidas no cosmo físico.
Nestas ocorrências, sob a sugestão do magnetizador, o “sujet”. Com a energia mental de que dispões, desassocia o fluido nervoso de certas regiões do veículo carnal, passando a registrar sensações fora do corpo denso, em local sugerido pelo hipnotizador, ou impede que a mesma força circule em certo membro – um dos braços por exemplo –, que se faz praticamente insensível enquanto perdure a experiência, até que, ao toque positivo da vontade do magnetizador, ele mesmo reconduza o próprio pensamento revitalizante para o braço inerte, restituindo-lhe a energia psíquica temporariamente subtraída…
Caso de Desaparecimento
Noutro aspecto, imaginemos que determinado objeto seja conduzido ao sensitivo para ser psicometrado, com vistas a certos objetivos.
Para clarear a asserção, suponhamos que uma pessoa acaba de desaparecer do quadro doméstico, sem deixar vestígio. Buscas minuciosas são empreendidas sem resultado. Lembra-se alguém de tomar-lhe um dos pertences de uso pessoal. Um lenço, por exemplo. A recordação é submetida a exame de um médium que reside a longa distância, sem que informe algum lhe seja prestado.
O médium recolhe-se e, a breve tempo, voltando da profunda introspecção a que se entregou, descreve, com minúcias, a fisionomia e o caráter do proprietário, reporta-se ao desaparecimento dele, explana sobre pequeninos incidentes em torno do caso em lide, e informa o local em que o cadáver permanece.
Verifica-se a exatidão de todas as notas e, comumente, atribui-se ao psicômetra a autoria integral da descoberta. Entretanto, analisando o episódio do Plano Espiritual, outras facetas ele revela à visão do observador.
Desencarnado o amigo a que aludimos, afeições que possua na esfera extrafísica interessam-se em ajudá-lo, auxílio esse que se estende, naturalmente, à sua equipe doméstica. Pensamentos agoniados daqueles que ficaram e pensamentos ansiosos dos que residem na vanguarda do Espírito entrecruzam-se na procura movimentada. Alguém sugere a remessa do lenço para investigações psicométricas e a solução aparece coroada de êxito.
Os encarnados veem habitualmente o sensitivo que entrou em função, mas se esquecem, não raro, das Inteligências desencarnadas que se lhe incorporam à onda mental, fornecendo-lhe todos os avisos e instruções, atinentes ao feito…
Do Livro Mecanismosda Mediunidade. André Luiz (Espírito). Psicografia de Francisco Cândido Xavier. e Waldo Vieira. Federação Espírita Brasileira. Rio – RJ. 24ª Ed. 2004.
Manoel Ataídes Pinheiro de Souza – CEAC Guaraniaçu – PR – manoelataides@gmail.com