On the road: O manuscrito original

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Largar tudo e sair sem rumo certo, nem data marcada para voltar, é um desejo que povoa a mente de milhões de pessoas, mas, a verdade é que raros são aqueles que levam a termo tal desafio. Muitas são as músicas que falam desse tema e em número ainda maior os livros que sobre esse tema discorrem. São vários os compositores que influenciados por tais obras literárias escreveram letras de músicas concernentes ao tema. Algumas produções cinematográficas uniram obra literária adaptada e tais músicas.

            On the road (na estrada) do escritor estadunidense Jack Kerouac (1922-1969) é a bíblia da geração Beat. A geração Beat segundo a Revista Mundo Estranho tinha como características: a intensidade em tudo, seja no estilo narrativo, nos temas, nos personagens; a escrita compulsiva e o fluxo de pensamento desordenado, caótico¹. A geração Beat foi o embrião do movimento hippie e surgiu do cansaço de tais artistas e intelectuais perante um mundo todo regrado surgido no período da Segunda Guerra Mundial. Tratava-se de um movimento de contracultura. Vários elementos remanescentes do movimento hippie se denominavam Beatniks, dentre eles o maior nome sem dúvida é o de John Lennon (1940-1980) que se inspirou no movimento Beat para dar nome à sua banda Beatles².

            On the road foi originalmente traduzido para o português (brasileiro) por Eduardo Bueno (Peninha). Peninha afirma que o livro mudou sua vida e que chegou a refazer a viagem feita pelas personagens Sal Paradise, Dean Moriarty, Marylou, etc. É importante que se diga que Sal, possivelmente é o alter ego do próprio Jack Kerouac. Afinal, o engajamento profundo e a vivência das experiências levado ao extremo para depois contá-las em obras literárias são as características principais do movimento a que Kerouac fazia parte.

            Sal (Jack) viajou de leste para oeste dos Estados Unidos da América, com uma mochila nas costas e quase nenhum dinheiro. Pedia e ganhava caronas na carroceria de caminhões e também em carros de passeio. Algumas vezes tinha que contribuir no rateio do combustível. O objetivo de tal viagem era conhecer a si próprio, largando a vida convencional para ter uma experiência “mística” e assim tentar entender o significado da existência humana. No caminho, o objetivo era fazer tudo aquilo que desse vontade, sem ligar para moralismos e muitas vezes nem mesmo para a lei. Dessa forma pequenos furtos, direção perigosa no trânsito, álcool, drogas e sexo livre e desprotegido faziam parte da rotina de tais viajantes. A obra de Kerouac ganhou adaptação para o cinema de Walter Salles em 2012, a qual considerei boa, pois já havia lido o livro e sabia o que esperar. Talvez não funcione tão bem para quem não leu.

P.S. Tendo lido demasiados elogios para a obra literária, minha expectativa ficou muito alta, tanto que comprei a obra física para a minha biblioteca e digital para a leitura. Após a leitura, considero que se trata de um bom livro, mas, aquém do que esperava. Talvez eu apanhe por falar isso (risos)!

Sugestão de boa leitura:

Título: On the road: O manuscrito original.

Autor: Jack Kerouac.

Editora: L&PM, 2011, 464 pág.

Referências:

1. https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-foi-a-geracao-beat/ – acesso em 04 de Julho de 2022. 2. https://pt.wikipedia.org/wiki/Gera%C3%A7%C3%A3o_beat – acesso em 04 de Julho de 20