A agricultura inclusiva

Numa sociedade cada vez mais caracterizada por extremismos, é comum vermos debates que pendem para críticas e julgamentos, e que muitas vezes culminam com a completa desumanização de quem pensa de maneira diversa.
Na agricultura e meio ambiente, temas que andam juntos, os ataques se repetem. De um lado, a agricultura convencional considerada por seus simpatizantes como o motor produtivo do país, contribui com valores expressivos de produção agrícola e importante parcela das exportações. Já seus opositores classificam-na como concentradora de renda, promotora de desigualdade social e de insegurança alimentar, além de destruidora do meio ambiente. Do outro, a agroecologia, vista como sustentável social e ambientalmente pelos seus apoiadores, fomenta a invasão de terras e não tem capacidade de suprir a necessidade crescente por alimentos, segundo seus opositores.
Essas visões, apesar de válidas, expressam críticas e julgamentos que não contribuem para a resolução do problema. Ao abraçarmos um ou outro extremo, temos o desejo de mudar o outro para que ele seja igual a nós.
Diante desse paradigma, o que precisamos evoluir para termos uma agricultura inclusiva? O ponto de partida está dentro de nós. Ao enxergamos a riqueza da vida e de seus contrastes de opiniões. Ao expressarmos nossas necessidades, e ao ajudarmos a outra parte a expressar a sua, podemos, definitivamente, contribuir para a resolução do conflito.
A formação da agricultura inclusiva passa pelo levantamento das reais necessidades da agricultura convencional e da agroecologia, de quais recursos institucionais estão disponíveis no sistema e de como trabalhar pró ativamente para que tais necessidades sejam atingidas.