Desafios pós-colheita

Reportagem de março de 2.023 da Folha de São Paulo aponta que as atividades “dentro da porteira deverão adicionar R$ 1,25 trilhão neste ano na economia brasileira. Segundo estimativas mais recentes da Agroconsult, consultoria especializada no acompanhamento de safras, a produção estimada para 2.022/23 é de 155 milhões de toneladas, um crescimento de 20% sobre 2.021/22. 
  Em bate-papos com amigos nas últimas semanas, essa importância do setor se traduz no comentário mais presente nas conversas, a expectativa de boas colheitas da safra de verão. Seja os que atuam diretamente no campo, como aqueles do comércio e prestação de serviços, a economia da nossa região acaba sendo diretamente impactada pelos resultados do agro.
Apesar do início de safra mais seco ter assustado os produtores paranaenses do oeste do Estado, as chuvas de fevereiro e março devem garantir uma produtividade média paranaense na casa das 63 sacas por hectare. A alta produtividade das culturas, concentrada num período mais tardio e chuvoso de colheita, está trazendo a atenção para outros gargalos. Na análise de André Debastiani, coordenador do Rally da Safra, evento que avalia “in loco” o desenvolvimento das lavouras de soja e milho nas principais regiões produtoras do país, a preocupação agora é o escoamento da produção, num cenário de comercialização atrasada que deverá trazer dificuldades à infraestrutura de exportação.
A sequência de chuvas no litoral paranaense, aliada a falta de manutenção preventiva das estradas até o Porto de Paranaguá, tem gerado atrasos no escoamento, que por consequência acarretam sobrecarga no porto, maior espera dos navios (com multas diárias pelo atraso no carregamento). Esse atraso nos embarques afeta também a armazenagem dos grãos, pois acaba faltando espaço de estocagem da soja colhida.
Os fatores acima tem sido apontadas como preponderantes para um aumentando os custos de exportação e pela queda recente na cotação do grão recebido pelo produtor.