Uma estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU) nos traz que hoje cerca de 4,40 bilhões de pessoas vivem nas cidades, com previsão que esse número chegue a 6,79 bilhões em 2.050. Diante do desafio de produzir alimentos para essa população, a mesma entidade cita que reforçar sistemas de alimentação no entorno das cidades é um ponto chave para o desenvolvimento de economias locais inclusivas. De qualquer forma, esse desafio tem maiores chances de ser atingido unindo o que temos hoje de melhor da agricultura, seja ela praticada de forma orgânica ou convencional. Em comum, as duas trazem a constante interação entre o homem e o meio ambiente. Cada uma com suas particularidades, ambas têm diferenciais que se somados podem criar a sinergia necessária para o enfrentamento da questão da fome no Brasil e no mundo. Alguns dos pontos os quais a agricultura orgânica se vale: o calendário lunar para fazer o plantio, o inço, (tido como planta daninha ou invasora pela agricultura convencional) é usado como indício das necessidades do solo e como catalisador de crescimento da cultura de interesse, a linguagem bioquímica das plantas, que favorecem o crescimento de algumas plantas e inibem o crescimento de outras, para citar alguns. A agricultura convencional possui a favor a infraestrutura e capilaridade das cooperativas e também tecnologias que permitem o monitoramento do tempo, rastreabilidade de alimentos, imageamento de áreas para acompanhamento do desenvolvimento e sanidade das lavouras e a aplicação de insumos a taxas variáveis, como pontos favoráveis. Essas duas formas de entender a produção agrícola possuem diferenças significativas em seus conceitos fundamentais. E elas podem concordar que discordam em alguns pontos. E que podem sim se unir em torno do objetivo comum de produzir alimentos saudáveis com respeito ao meio ambiente.