Ondas de calor e o aquecimento global

Nos últimos dias o sol tem predominado em todo Estado, com temperaturas acima dos 30oC, chegando a ultrapassar os 35 oC nas regiões norte e oeste, segundo o Simepar – Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná.

Com a chegada oficial do verão, as perspectivas são de intensificação dos eventos climáticos. O professor Pedro Cortês, do Instituto de Energia e Meio Ambiente da USP-Universidade de São Paulo, pontuou à rede de notícias CNN que o El Niño até o final do ano deve elevar a temperatura e intensificar as chuvas na região sul, podendo atingir São Paulo e Rio de Janeiro, num evento chamado Super El Niño. Segundo o professor, alguns exemplos recentes mostram que o clima já não se comporta como antigamente, fazendo menção ao aquecimento global.

            O El Niño, evento climático decorrente do aquecimento das águas do Oceano Pacífico na região do Equador, afeta diretamente as zonas tropicais, e assim o Brasil. As recentes ondas de calor podem acelerar os ciclos produtivos e o estresse hídrico dos plantios, acarretando maior incidência de pragas e doenças. Na pecuária, impacta diretamente a saúde e o bem estar animal, segundo o professor Alexandre Luis Muller da PUC-PR do Campus de Toledo. Ainda, pode diminuir a produção de leite, carne e ovos, explicou.

            Em recente entrevista no “Provoca”, o anfitrião Marcelo Tas recebeu o engenheiro florestal Tasso Azevedo. Logo no início, Tas citou uma fala de António Guterres, secretário-geral da ONU, que considera a situação do planeta não mais de aquecimento, mas de ebulição global. Sobre o assunto, Azevedo classificou o estágio atual como “ponto de ruptura”, no qual a temperatura do planeta subiu entre 1.1ºC e 1.15ºC em relação ao período pré-industrial e deve subir até 1.5ºC até o final do ano que vem, segundo relatório do IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.