Plantas de cobertura e benefícios – Habitat para organismos e regulação da população biológica
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Na coluna de hoje complementamos um pouco os temas abordados anteriormente comentando sobre a fauna do solo. A mesma usualmente é classificada quanto ao seu tamanho em micro, meso e macro fauna. Os fungos, vírus e bactérias fazem parte do primeiro grupo, enquanto os ácaros são os agentes mais comuns da meso fauna, e as minhocas e formigas os representantes mais notáveis da macro fauna. Se por um lado a cobertura do solo facilita a quantidade e qualidade dessa fauna, por outro esses habitantes contribuem com a escavação do solo, que representa maior porosidade e infiltração de ar e de água, e decomposição da matéria orgânica, constituindo uma relação de benefícios mútuos.
Curiosamente, as plantas influenciam o recrutamento da comunidade de micro, meso e macrofauna a ela associada. Daí nota-se a importância do uso de diferentes espécies de plantas de cobertura, aumentando a diversidade da fauna do solo. Além dessa influência, certos grupos de plantas apresentam características particulares que tornam atrativo o seu uso no sistema de cobertura do solo. Por exemplo, o ambiente das raízes das leguminosas é local de simbiose para bactérias fixadoras de nitrogênio, o que reduz as necessidades de adubação nitrogenada. Já a família das poáceas, da qual fazem parte a maioria dos capins usados comercialmente, desenvolvem sistema radicular volumoso que contribui para a estruturação do solo e elevação da biomassa microbiana.
Mencionamos ao longo das últimas colunas os diversos benefícios do uso das plantas de cobertura, na melhoria do fluxo de água do sistema, manutenção da estrutura da estrutura do solo, ciclagem de matéria orgânica e na sua atuação como habitat e na regulação da população da fauna do solo. Desse modo, o uso dessa prática se mostra fundamental para atingir o desafio de produzir alimentos, de forma sustentável e eficiente para essa e futuras gerações.