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Todos crescemos ligados a uma família, nem todos, porém, temos a mesma experiência do convívio familiar. Esta experiência estará ligada apenas à diversidade dos costumes ou hábitos familiares ou haverá alguma transformação na própria estrutura da família?
Como viver uma fé neste novo relacionamento que surge entre homem e mulher, e entre pais e filhos?
No asilo, no domingo de manhã, a netinha veio correndo em direção ao avô e gritou: – “Vô, tu me levas para ver os peixinhos?”
A mãe insistiu para que a menina não chamasse o vovô de tu, mas de senhor. E voltando-se ao velho, que sorria, disse-lhe: – Foi assim que fomos educados.
O vovô retrucou bem humorado:
– Minha filha, os tempos eram outros, deixe-a chamar-me de tu, é mais aconchegante.
Vamos destacar desta cena a palavra do vovô: “Os tempos mudaram”.
Ao aceitar o tratamento simples da criança, o avô se alegrava com a amizade da menina e reconhecia indiretamente que a família já não exercia controle total da criança.
De fato, a família não consegue mais viver fechada em si mesma, mas divide a educação ou deseducação das crianças e dos adultos com a TV, o rádio, os clubes e até com organizações políticas ou religiosas.
Mas hoje em dia, é o celular que está no pico de todas as atenções e muito cedo na mão das crianças.
A entrada de outras ideias, a “intromissão” de estranhos no mundo de vida familiar é positivo ou negativo?
Certamente é um ponto positivo e também exigente, pois requer de todos, pais, filhos, irmãos, um cultivo maior da fé, pelo estudo e meditação do Evangelho. Exige que a família encontre momentos, horas ou dias em que possa estar a sós para sentir-se como uma comunidade, e para comunitariamente perceber os laços de amor que a une. O vovô tinha razão, os tempos são outros…
A família é ainda o lugar onde se presta o melhor serviço à vida, onde as crianças encontram proteção, os adolescentes amparo e os adultos entreajuda.