Ninguém se torna um assassino do dia para a noite
É a história de um garoto de 14 anos que admirava Adolf Hitler, Augusto Pinochet e Benito Mussolini, mas ninguém sabia disso, ou, pior ainda, ninguém deu a importância merecida às suas conversas suspeitas ou levou a sério suas ameaças.
Resultado: adolescentes com sonhos interrompidos, e, sonhos modificados. O bullying, sabemos agora, não foi a causa específica dessa tragédia que entristeceu todo o país. O que faltou para evitá-la foi um pouco mais de atenção da família do adolescente, hoje assassino, dos educadores e de seus colegas.
Ninguém se torna um assassino do dia para a noite. Os jovens estão pedindo socorro às vezes para não serem mortos por um colega. Ninguém espera uma atitude tão radical por parte de um adolescente de apenas 14 anos. Mas aí está o erro: não se pode subestimar a mente e a capacidade de uma criança ou jovem somente em razão de sua idade, o que muitas vezes os adultos tendem a fazer. Os tempos são outros: hoje em dia, pequenos e adultos tem o mundo em suas mãos. Basta um clique. Está tudo mais fácil e acessível.
Foi praticamente ignorado, nesse crime, o fundamental e decisivo papel dos pais ou responsáveis no mundo de hoje. Há, atualmente, uma verdadeira “terceirização” quanto a educação dos filhos, sendo sempre transferida para outros a culpa por condutas errôneas ou falta de educação. Apesar de o bullying na era digital ser potencializado de modo insuportável, nada justifica uma barbaridade…