‘Faz de Conta’

Um menino aprende com os pais que o que importa é ser: distinto, amigo, bom filho, cidadão digno, honesto, respeitador. Mais tarde, na juventude, veio a fase do ter. Era imperioso ter boa aparência, dinheiro, boas roupas, ter bens, status, ter, ter… Hoje, diz ele, na fase madura, presencia a fase do ‘Faz de Conta’. Na atualidade, as pessoas fazem de conta que está tudo bem…

Os pais fazem de conta que educam, os professores fazem de conta que ensinam, os alunos fazem de conta que aprendem, os profissionais fazem de conta que são competentes, os governantes fazem de conta que se preocupam com o bem comum e a felicidade do povo, e este faz de conta que acredita.

Nessa conjuntura de máscaras e falsas posturas sociais, a maneira das pessoas faz de conta que são honestas, os líderes religiosos fazem de conta que são representantes de Deus e conhecem a sua vontade; os fiéis fazem de conta que têm fé, os doentes fazem de conta que têm saúde; os bandidos fazem de conta que são dignos e a justiça faz de conta que funciona e é imparcial.

Enquanto os corruptos se fazem passar por idealistas, os terroristas querem passar uma imagem de justiceiros. É por isso que a maioria da população se omite e faz de conta que está tudo bem. Mas, uma coisa é certa, irrefutável: não podemos fazer de conta quando nos olhamos no espelho da nossa própria consciência. Podemos sair à ‘cata’ de mil desculpas para explicar nosso faz de conta, mas não há como justificar a omissão.

É salutar apontar que todo esse circo que a sociedade arma causa prejuízo à todos, a partir dos que teimam em não ver. Quem age deste modo termina caindo nos buracos que ele mesmo cavou. É hora de buscarmos a autenticidade, deixando cair todas as máscaras. Quem vive sem o ‘Faz de Conta’ nunca será confundido e jamais cairá no anonimato dos medíocres, mas obterá sucesso em todos os seus empreendimentos. O indivíduo autêntico jamais representa papéis falsos; ele apenas é o que é, sem maiores alardes. As pessoas autênticas têm maiores possibilidades de serem felizes do que as demais. Quem vive de ‘Faz de Conta’ é pessoa de muito verniz e pouca raiz.