(Parte 2)
Neste ano, a tese da impossibilidade de Bolsonaro se reeleger o atingiu mais uma vez. Que o atual presidente sucumbiria ao peso da própria rejeição. Suas falas sem controle quando cutucado, com certeza contribuiriam para uma possível derrota. Mais a alta da inflação, a disparada dos dos combustíveis, entre muitas outras coisas. No mercado financeiro, alguns acreditam que, de tanto falarem que determinada ação vai subir ou cair, a profecia se cumpre, mesmo sem motivo que justifique o movimento.
Assim, afirmando que Bolsonaro não resistiria ao peso da pandemia, jogavam a sorte de seu palpite só na conta da profecia. Vai que dá certo? Mas a realidade é diferente. E o futuro imprevisível. O que vemos é Bolsonaro subindo nas pesquisas e Lula liderando, mas, aparentemente, no teto das intenções de voto no primeiro turno. A subida de Bolsonaro teve a ajuda da desistência de Sérgio Moro, as confusões da terceira via, e os tropeços de Lula.
Quase ninguém, porém, observa que a aliança PL-PP-Republicanos cria sólidos palanques nos estados e que o “não é possível” está sendo contraditado. Muitos consideravam João Doria, governador do todo-poderoso estado de São Paulo, um supercandidato presidencial. Mas ele não se revelou como tal, tanto assim, que acabou desistindo de sua candidatura.
Fato é que em um país onde o passado é imprevisível, os veredictos de impossibilidade são altamente questionáveis. Afinal, em política, tudo é possível. Até mesmo acontecer o que muitos esperam.