“Quando ganhamos, sou alemão; quando perdemos, sou imigrante.” Mesut Özil, jogador de futebol nascido na Alemanha e de origem turca, ao anunciar que está deixando a seleção do país por se sentir alvo de “racismo e desrespeito”. Isto não é nada, ponderou um torcedor alemão após a derrocada seleção na Copa de 2018: In vier Jahren sind wir wieder dabei (Em quatro anos estamos de novo lá, porque sempre competimos, senhor Özil). Nos últimos dias da Copa o mundo inteiro descobriu uma figura política interessante, que jamais havia aparecido no noticiário. A graça da presidente da Croácia, um espetáculo de simpatia, exuberância e bom humor. Nome dela: Kolinda Grabar Kitarovic. Foi torcer pela equipe de seu país nos jogos das quartas de final do torneio, na Rússia. Na tribuna de honra vestida com a camiseta quadriculada em vermelho e branco, a presidente torcia pela sua seleção. A bela presidente de 50 anos, no meio da torcida, lembrou a todos nós que ainda é possível haver na chefia de um governo alguém que seja ao mesmo tempo, uma mulher, e um ser humano atraente. Para os brasileiros apesar de nossa seleção estar fora, foi uma festa. E claro, para nós brasileiros coube, em matéria de mulher-presidente, nada menos que Dilma Rousseff essa figura de antipatia, mau humor e cara feia diante da vida, falando o tempo todo coisas incompreensíveis, ditas com impaciência e um ar de ameaça, sempre irritada, sempre infeliz. Porém, a diferença entre a sorte dos croatas e a dos brasileiros vai muito além. A desvantagem para nós fica feia, quando se entra nas comparações de caráter, integridade e de postura como servidora pública de cada uma delas. A presidente da Croácia foi para a Copa da Rússia pagando todas as despesas do próprio bolso. Viajou junto com a torcida, num vôo de baixo custo e num assento comum. Mandou que fossem descontados do seu salário os dias que esteve fora do local de trabalho (Divulgado pela imprensa). Festejou com os jogadores ao lado deles, as quartas de final consolando a todos na derrota para a França na Final. Das comparações entre Dilma – Presidente e futebol, o que sobrou é a imagem de uma mulher aterrorizada na Final da Copa do Mundo de 2014, em pleno Maracanã a presidente se escondia da torcida, no próprio país, com medo das vaias. O responsável por “trazer” a Copa de 2014 não foi assistir uma única partida. Voltando a soma entre Dilma, Presidência e aviões a comparação com a presidente da Croácia, é um desastre. Nossa ex torrou sabe-se lá quantos milhões de dólares viajando para baixo e para cima por este mundo a fora no jato da Presidência da República pago pelo contribuinte. Chegou a desviar a rota do avião oficial numa viajem da Suíça para Cuba porque queria jantar em Lisboa e passar uma noite no Hotel Ritz, onde as diárias podem passar de 25.000 reais. Conclusão: um abismo entre uma mulher e a outra. Nós brasileiros temos o direito de saber o que fazem e, como agem nossos governantes. Mas a maioria não tem acesso a isto, nunca ficam sabendo como as coisas realmente estão, distinguindo o que uma pessoa pública faz diferente da outra. Os senhores de engenho que de uma forma ou de outra mandam no Brasil, mostra com muita clareza uma doença clássica do subdesenvolvimento: o descaso arrogante e automático que todos eles têm pelo dinheiro público. Presidentes da República, são uma prova viva de esbanjamento conseguiram, ao longo do tempo, construir em volta de si um monstro chamado “presidência da República” com 20.000 funcionários, aviões, cartões de crédito e um custo anual de 650 milhões de reais. Continuam gastando depois que deixam de ser presidentes. Os cinco que estão vivos consomem mais de 6 milhões de reais por ano em pensões, carros assessores etc. pelo menos um candidato a presidência admitiu que as mordomias são na maioria, legais. Isto é outro mundo.