Viver Para Vencer
–
JFK. John Fitzgerald Kennedy, foi o mais jovem presidente americano, eleito um dos grandes personagens políticos do seu país, cristão-católico em uma nação de maioria protestante, contraponto perfeito para à gerontocracia soviética personificada em Nikita Kruschev, e tinha ao lado uma primeira-dama fascinante. Mas, quando se fala em JFK em primeiro plano, sempre aparecem os eventos do dia 22 de novembro de 1963, quando ele foi assassinado, em Dallas. Francisco Alves, Carlos Grandel, Jim Morrison, os Mamonas Assassinas, Kurt Cobain e tantos outros artistas de todas as eras tiveram a imagem por décadas, atrelada a circunstâncias, trágicas de sua morte. Estava-se fazendo a mesma coisa com Ayrton Senna. Injustamente. A carreira do talvez melhor piloto de fórmula 1 de todos os tempos é uma celebração da vida na busca por perfeição, na adesão dos mais altos padrões de segurança nas pistas, na intimidade com a ciência dos motores e da eletrônica embarcada. O encontro com a morte na curva Famburello, no circuito de Ímola, na Itália, em 1º de maio de 1994, não foi a hora da verdade para um piloto temerário que preparou a si mesmo e ao mundo para o momento fatal. A morte de Senna foi acidente inesperado, porém evitável. O 1º de maio de 1994 virou marco obrigatório para entender Senna, como se ele soubesse que, por destino, morreria de modo trágico. Nada mais falso. O herói brasileiro foi um dos pilotos mais preocupados com segurança. “ O fato de eu ter o fé em Deus não quer dizer que eu seja imune”, dizia.