Por: Paraná Portal
O momento é de preocupação do setor da avicultura com uma possível escassez de milho para 2021, diz o presidente do sindicato. Devido à forte estiagem, que adiou o plantio de soja e, consequentemente, a sua colheita, foi necessário que produtores postergassem também o plantio da segunda safra de milho do ano. Por conta disso, a semeadura destas lavouras está ocorrendo fora da janela adequada. Avaliando o cenário, o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) alerta para a necessidade da adoção de medidas por parte do governo e órgãos competentes para mitigar o problema.
O presidente da entidade destaca que a segunda safra pode ser um alento para o setor, mas ainda é incerta, pois precisa de condições climáticas favoráveis. “A safra precisa de cinco meses com chuvas regulares, e não ter um inverno antecipado, porque o milho é uma cultura de verão. Estamos produzindo no inverno porque deu certo, mas em anos com geada antecipada, podemos ter uma perda maior. Nós estamos apreensivos. Temos milho para poucos meses até chegar na nova safra”, aponta Irineo. E para que haja uma colheita de milho mais robusta no início do próximo ano, o presidente do Sindiavipar defende que é preciso construir uma ponte até lá.
Produtores sugerem:
Curto prazo
- – Desburocratizar a importação de milho, para que ela possa ocorrer o mais rápido possível, evitando a redução da produção de aves e suínos.
- – Retirar o PIS/COFINS da importação, por se tratar de uma questão emergencial.
Médio prazo
- – Apresentar uma política atrativa para a produção de milho no verão, a partir do mês de setembro de 2021, com linhas de crédito vantajosas, principalmente para o pequeno produtor.
- – Diminuição dos juros no Plano Safra, com pelo menos 1% linearmente, com crédito a taxas mais acessíveis.
Longo prazo
- Pensar no armazenamento de grãos pelas pequenas empresas, com linhas de crédito subsidiadas, para que o produtor possa comprar milho e ter onde guardar.
- Ação conjunta do Sindiavipar com as entidades representativas de outros estados produtores de carne de frango para encaminhar sugestões ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O objetivo é fazer um diagnóstico da avicultura do Brasil e propor soluções práticas que promovam maior organização e eficácia na produção, a fim de construir uma política efetiva para o setor.