Paraná lidera produção de mel com crescimento de 14,6%

Estado produziu 7.229 toneladas em 2019 e 6.307 toneladas no ano anterior

O Paraná conquistou a liderança entre os estados produtores de mel em 2019. A Pesquisa Pecuária Municipal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que o Estado produziu 7.229 toneladas, um aumento de 14,6% sobre o ano-safra de 2018, cuja produção foi de 6.307 toneladas. O Paraná superou o Rio Grande do Sul, que tradicionalmente ocupava o primeiro lugar, mas que em 2019 produziu 6.262 toneladas de mel.
A pesquisa do IBGE mostra que a produção nacional em 2019 foi de 45.981 toneladas, 8,5% maior que a de 2018, de 42.378 toneladas. Em 2017, a produção brasileira somou 41.696 toneladas.
O valor da produção nacional de mel, em 2019, foi de R$ 59,259 bilhões, enquanto que o da produção paranaense foi de R$ 7,215 bilhões (12,2%).
Segundo o médico veterinário do Deral Roberto Carlos Andrades, que fez a análise da pesquisa do IBGE, nos últimos cinco anos (2015 a 2019) a produção nacional de mel cresceu 21,5%. A paranaense, no mesmo período, cresceu 15%, partindo de 6.287 toneladas em 2015.
Considerando o ano de 2019, os demais principais estados produtores de mel, em ordem de volume de produção, foram: Piauí (5.024 toneladas), em terceiro lugar, depois do Paraná e do Rio Grande do Sul; São Paulo (4.527), Minas Gerais (4.227), Santa Catarina (4.081), Bahia (3.942) e Ceará (2.677), na oitava colocação.
Em 2018, os principais estados produtores foram, em ordem de volume de produção, o Rio Grande do Sul (6.428 toneladas), na liderança; Paraná (6.307), Piauí (5.225), São Paulo (4.124), Minas Gerais (4.077), Santa Catarina (3.753), Bahia (3.213), Maranhão (2.217) e Ceará (2.113), em nono lugar no ranking.


Trigo
A pesquisa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta o Paraná como maior produtor entre os estados brasileiros, com 3,1 milhões de toneladas.
Esse volume é quase 700 mil toneladas superior ao do Rio Grande do Sul, que enfrentou problemas climáticos mais severos. Somadas, as safras do Paraná e Rio Grande do Sul representam 86% da produção nacional de 6,4 milhões de toneladas. Como a safra paranaense está 97 % colhida e a gaúcha tem mais de três quartos colhidos, é possível afirmar que a produção brasileira deve ficar muito próxima à estimativa apresentada neste mês, afirmou o engenheiro agrônomo do Deral Carlos Hugo Godinho.
Segundo o técnico, o balanço de oferta e demanda ainda traz muitas incertezas devido à pandemia e à desvalorização do Real, de aproximadamente 30% neste ano, afetando as compras, e também à dificuldade de prever como será o consumo e as exportações. O ano safra do trigo iniciou em agosto, e no trimestre agosto, setembro e outubro houve manutenção das importações. Isto indica que a demanda também pode ser similar à do mesmo período do ano passado, já que em outubro ocorreu a entrada da safra local. Com isso, diminuiu a necessidade de compras em um momento de Real desvalorizado e de preços internacionais em ascensão.


Soja e milho
Conforme relato do economista do Deral Marcelo Garrido, até o início desta semana os produtores paranaenses haviam semeado aproximadamente 4,66 milhões de hectares de um total de 5,57 milhões estimados para este ciclo. No mesmo período de 2019 a área plantada era de 4,86 milhões de hectares.
Mesmo com o avanço do plantio durante o mês de outubro, devido à ocorrência das poucas chuvas que ajudaram na reposição de parte da umidade, os agricultores e técnicos de campo afirmam que a situação ainda não é a ideal. Em muitas regiões é necessário um volume de chuvas maior e por um período mais longo. No decorrer da semana ocorreram precipitações, que se não resolvem de forma total, pelo menos amenizam a situação em alguns casos.
De acordo com os técnicos, se as condições climáticas não se modificarem e as chuvas continuarem aquém do necessário, não está descartada uma diminuição na produtividade das lavouras em algumas regiões. Das lavouras que estão a campo, 75% estão boas condições, 23% em condições medianas e aproximadamente 2% em condições ruins.
Em relação ao milho, o plantio da primeira safra 20/21 atingiu 95% de uma área estimada em 360 mil hectares. Segundo o analista do Deral Edmar Gervásio, as condições das lavouras das áreas já plantadas apresentaram piora nesta semana, justamente pelo clima irregular que impacta o Paraná. O percentual de área considerada boa é de 74%, enquanto no fechamento do mês passado era superior a 80%. Nos últimos dias ocorreram chuvas e isso deve contribuir para uma melhora das lavouras.


Feijão
Segundo o engenheiro agrônomo do Deral Carlos Alberto Salvador, nas duas últimas semanas ocorreu avanço significativo no plantio da safra de feijão das águas, de 92% para 95% do total da área produtiva. As condições das lavouras indicam que 78% estão boas, 20% médias e 2% ruins. Cerca de 5% da área total está na fase de germinação, 68% em desenvolvimento vegetativo, 20% em floração e 7% em frutificação.
Esse avanço é reflexo do ânimo dos produtores com as chuvas que estão ocorrendo nesta segunda semana de novembro/20. O boletim traz a expectativa de se colher 300,3 mil toneladas de feijão no Paraná, se as condições climáticas ajudarem.


Olericultura e Fruticultura 
O plantio da batata avançou nas duas últimas semanas, passando de 97% para 99% do total da área estimada. A situação das lavouras apresentou uma pequena piora. A condição das áreas boas ficou em 83% nesta semana, contra 86% nas duas semanas anteriores.
O clima é um fator relevante para o desenvolvimento e qualidade do tubérculo. A expectativa dos agricultores é a ocorrência de chuvas regulares e consistentes que garantam maior produtividade e qualidade para a safra. O volume esperado para a safra atual é 485 mil toneladas em uma área cultivada de 16 mil hectares.
O engenheiro agrônomo do Deral Paulo Andrade, mostra no boletim que a banana foi a fruta mais negociada na Ceasa do Paraná em 2019, de um total de 60 tipos de frutas vendidas no mercado atacadistra. A comercialização gerou um faturamento de R$ 170,5 milhões.

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