Preço da gasolina pode subir no Brasil
Devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia o barril de petróleo ainda se manterá acima de US$ 100 por alguns meses
O conflito entre a Rússia e a Ucrânia, chegou ao seu oitavo dia, e deve impactar o preço dos combustíveis no Brasil.
Segundo os especialistas, o preço do barril de petróleo ainda se manterá acima de R$100, por alguns meses, independente da duração do conflito. Dessa forma, o que a Petrobras tenta é manter e segurar o repasse do aumento, evitando que a gasolina e seus derivados chegue a casa dos US$ 100.
Situação inevitável
Sendo a situação atípica, e num momento que o país se recupera de uma pandemia, o aumento pode ser algo inevitável. “Nós mal descansamos de um evento e já ocorreu outro tão grave, que pode mexer com os preços daqui para frente, e o primeiro impacto é sempre no preço dos combustíveis”, segundo André Braz, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O preço do barril de petróleo já está acima de US$ 100, e não existe mais oscilação, é uma situação que só vai piorar. Mesmo que a guerra termine amanhã, esses embargos contra a Rússia vão continuar e isso pode garantir um aumento de preços deste segmento, ressalta André.
Petrobras pode “ajudar”?
Na semana passada, a Petrobras em nota disse que a recente valorização do real frente ao dólar contrabalançava a alta do barril de petróleo, ajudando a segurar os preços dos combustíveis no Brasil. Com isso, a empresa ganhou tempo para avaliar se as mudanças trazidas pela guerra entre Rússia e Ucrânia justificariam novos aumentos ou se seriam eventos pontuais.
“A política de preços da Petrobras é transferir essas variações relativamente rápido. Ou seja: se mantida a política atual, esse aumento vai chegar na bomba rapidamente também. Acho que só não aconteceu o aumento ainda porque o câmbio está segurando”, confirma Braz.
Segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) publicados na terça (1º) a defasagem entre a Petrobras e as principais bolsas de negociação já chega a 11%, no caso da gasolina, e a 12%, com o diesel. Ou seja: é provável que a empresa não consiga segurar essa alta por muito mais tempo mesmo que continue recorrendo aos estoques comprados há meses, a preços mais baixos.
Na quinta (03), o preço do barril de petróleo Brent chegou próximo de US$ 120 marca que não é superada há uma década, desde 2012.