Se espera apenas 1% de crescimento anual nas vendas de automóveis em relação ao ano passado

Mesmo de forma lenta e com este retrocesso nas estimativas de comercialização de veículos zero quilômetro é importante reconhecer que neste ponto o Brasil está melhor que a Europa e que os Estados Unidos

No começo do ano se esperava que até dezembro 2,3 milhões de veículos fossem licenciados, mas na metade do ano foi preciso reduzir as expectativas, assim as projeções para o final do ano é de que 2,14 milhões de veículos sejam licenciados em todo o território nacional, de acordo com a ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). No entanto, mesmo com essa quantia a comparação anual termina sendo de apenas 1% a mais com relação a 2021.

Mesmo de forma lenta e com este retrocesso nas estimativas de comercialização de veículos zero quilômetro é importante reconhecer que neste ponto o Brasil está melhor que a Europa e que os Estados Unidos.

Apesar da crise dos semicondutores, que teve grande importância na disponibilidade de veículos novos, e do aumento no preço das unidades e dos serviços relacionados como o seguro para carros ou as peças, o mercado brasileiro se mantém estável.

Na Europa há uma queda de 26% nos licenciamentos. No momento, o mercado europeu comercializa menos de 10 milhões de unidades por ano, quando antes dos últimos sucessos comercializavam em torno de 13 milhões de veículos.

Em 2020, foram vendidos 9,9 milhões de veículos, e para este ano a ACEA (European Automobile Manufacturers’ Association) esperava que os licenciamentos chegassem a esse patamar. No entanto, este mês a associação precisou reduzir as expectativas: uma queda de 1%, estimando as vendas em apenas 9,6 milhões de unidades.

Ao olhar para o futuro, não se veem muitas melhorias, pois a indústria automobilística europeia se verá afetada pela necessidade de eletrificação dos veículos, o que pode afetar o volume de produção, como assim também a rentabilidade das indústrias automobilísticas e as relacionadas ao setor. Tanto a falta de matérias-primas para esta mudança, como a insuficiente infraestrutura para a manutenção dos veículos elétricos nas cidades e rodovias também são fatores que podem complicar a situação.

Nos Estados Unidos a situação está um pouco melhor, até o momento foram vendidas 10,2 milhões de unidades. Mesmo com essa quantidade, o setor mostra uma queda de 12,7% ao comparar os três primeiros trimestres de 2022 com o mesmo período do ano passado.

Para o final do ano se espera que o total de unidades comercializadas seja de 13,7 milhões, segundo a Cox Automotive. Com isso, a queda seria de apenas 9% em relação a 2021, quando foram comercializados 15 milhões de veículos.

Na contramão destes mercados, a China mostra que a necessidade de contar com um veículo continua sendo alta, até setembro foram comercializados 19,5 milhões de veículos, o que representa um aumento de 4,4% em relação ao mesmo período de 2021.