Funk é proibido nas escolas das cidades de Minas Gerais

A decisão foi tomada após perceber que algumas músicas de funk com duplo sentido estavam sendo tocadas nas escolas

A Prefeitura de Carmo do Rio Claro, no Sul de Minas, publicou um decreto proibindo a execução de músicas de funk nas escolas municipais. A medida, assinada pelo prefeito Felipe Carielo (PSD), visa restringir músicas com letras consideradas inapropriadas para o ambiente escolar. A decisão tem gerado debates sobre sua constitucionalidade.

Decisão
De acordo com o prefeito, a decisão foi tomada após perceber que algumas músicas de funk com duplo sentido estavam sendo tocadas nas escolas. Ele argumenta que, durante suas visitas às instituições, notou que certas letras não eram adequadas para o ambiente educacional. “Percebi que músicas com letras de duplo sentido estavam sendo tocadas, e uma delas me chamou a atenção, pois não deveria passar nem perto da escola”, afirmou Carielo.
A proibição, segundo o prefeito, visa “cortar pela raiz” o consumo de músicas com conteúdo impróprios, prevenindo que os alunos se acostumem com esse tipo de material. A medida também se estende a outras músicas com letras inadequadas, independentemente do gênero musical, como pop, rock ou sertanejo.

Debate
Para a advogada Maria Alice Almeira Pereira, a proibição é inconstitucional. Ela argumenta que qualquer restrição ao direito à liberdade de expressão musical deve ser analisada de forma cuidadosa, considerando a diversidade cultural e as liberdades individuais. A discussão sobre a medida reflete um ponto de tensão entre a preservação de valores no ambiente escolar e os direitos de liberdade de expressão.

Visitas
A administração municipal informou que uma reunião com professores e diretores será realizada antes do início das aulas para discutir o decreto e orientá-los sobre sua implementação nas escolas. Durante o encontro, os educadores receberão informações sobre como as novas diretrizes devem ser seguidas.

Educadores
Bruno Valeriano, professor de música na Rede Municipal de Ensino, acredita que a avaliação das letras das músicas deve ser feita independentemente do gênero. “Como professores, devemos ter cuidado com as letras que trabalhamos, seja funk, sertanejo ou qualquer outro estilo. Temos que estar atentos ao conteúdo que repassamos aos alunos”, afirmou o docente.