Liga Nacional: clubes do PR divergem sobre novo formato

Aguardando liberação para o retorno das atividades esportivas, a cúpula da Liga Nacional de Futsal (LNF) vem discutindo com os 21 clubes que integram a competição nesta temporada sobre os rumos do certame. 
A LNF começaria em 27 de março e seguiria o formato de disputa adotado tradicionalmente: turno único, onde todos se enfrentam. Com quase três meses de paralisação, no entanto, as equipes discutem para a possível mudança do modelo, já que o calendário foi, obviamente, prejudicado e a manutenção do modelo previsto impediria o término da temporada em dezembro, invadindo 2021. 

Grupos regionalizados 
No fim de semana, o Globo Esporte divulgou que uma das possibilidades é a divisão dos 21 integrantes em três grupos. Os clubes do Distrito Federal (Brasília), Minas Gerais (Minas Tênis Clube e Praia Clube) e São Paulo (Corinthians, Intelli, Magnus e São José) integrariam uma chave. Já os representantes de Paraná (Campo Mourão, Cascavel, Foz Cataratas, Marreco, Pato e Umuarama), Rio Grande do Sul (Assoeva, Atlântico e Carlos Barbosa) e Santa Catarina (Blumenau, Jaraguá, Joaçaba, Joinville e Tubarão) seriam fracionados em dois grupos, com a divisão levando em conta a classificação na edição de 2019 da competição. Os jogos aconteceriam em turno único, com os cinco melhores colocados de cada grupo avançando, além do melhor 6º colocado.


O modelo teria como objetivo, além de possibilitar o encerramento do torneio até dezembro, a diminuição de custos dos clubes. 
O Correio do Povo do Paraná conversou com a assessoria da LNF, que afirmou que não há nada definido quanto ao modelo de disputa e que isto só será acertado quando haver uma certeza quanto ao retorno do esporte no Brasil – que depende do recuo no número de casos de covid-19. 

Divergências 
O presidente do Campo Mourão, Anderson Hertz, disse que discorda da proposta de grupos regionalizados. De acordo com ele, o clube não teria seus custos diminuídos se este fosse o formato adotado. 
Defendo que o campeonato seja estendido até janeiro ou fevereiro. Faríamos um acordo com os jogadores, que geralmente, neste primeiro mês ficam sem contrato. Seria melhor para os patrocinadores, inclusive, que teriam uma vinculação da marca em maior tempo. Esse sistema de grupos regionalizados, para o Campo Mourão, é pior. Fizemos contas e os custos de viagens não são menores. No grupo em que estaríamos, por exemplo – com Assoeva, Blumenau, Jaraguá, Joaçaba e Pato -, em nenhuma viagem seria possível fazer ida e volta num único dia, o que acarretaria custos. Seria bom dividir os clubes em grupos sim, mas não regionalizados. A Liga é nacional, sem falar no fator técnico”.


Já o supervisor do Pato, Gerson Glen, tem outro posicionamento. “Não há como fazer a competição no formato previsto antes da pandemia. Não há tempo. Começando em agosto ou setembro, este formato de três chaves regionalizadas, por exemplo, talvez nem seja possível. O Pato tem a Copa do Brasil, o estadual, a Supercopa, e as Ligas Paraná e Nacional. Não sei se teremos tempo para tantas competições. Defendemos que todos os campeonatos precisam acabar neste ano, por conta dos contratos com atletas e patrocinadores. Achamos a fórmula regionalizada interessante”. 


"Também foi proposto o formato com dois grupos, um de 10 e outro de 11 clubes. O modelo de três chaves nos parece mais viável, pois, como São Paulo, Minas e Distrito Federal possuem um quadro de pandemia mais intenso que o sul, permitiria que a competição tivesse início antes para nós", argumenta o supervisor do Umuarama, Marcos Paulo. 


Bruno Vanço, supervisor do Foz Cataratas, conta que o clube da tríplice fronteira recebeu a possibilidade com bons olhos. “Na penúltima reunião, a posição do Foz foi de estender a competição, mantendo todos contra todos, 19 rodadas e que fosse até abril, maio do ano que vem, no estilo das competições europeias. Os outros clubes foram contra. Querem acabar o ano da forma que dá. A LNF propôs esse formato regionalizado na última reunião, o que nos agradou. Além de diminuir custos e o calendário, conciliaria para terminarmos o ano de forma justa. É uma forma até para que tenhamos outros clubes fora do eixo na Liga. A regionalização, futuramente, permitiria uma equipe do Norte/Nordeste participar. Mas é uma realidade distante”. 


A reportagem também buscou conhecer como as diretorias de Cascavel e Marreco se posicionam, sem êxito.