A volta à sala de aula será desafiadora para as escolas e principalmente para os professores. Entenda algumas das preocupações
Em dezembro, o governo do estado do Paraná anunciou que a partir do dia 18 de fevereiro a educação na rede estadual funcionará no modelo híbrido – com as turmas divididas em um revezamento entre alunos em aulas presenciais e remotas.
Com a proposta do ensino híbrido, um grupo de estudantes acompanha a aula presencialmente, na escola, e os outros alunos da turma participam da mesma aula, simultaneamente, de maneira remota.
Uma vez que nem todos os alunos estarão presentes na escola, muitos serão os desafios para as escolas e também para os professores neste novo ano letivo, afinal existe aí uma mudança radical em relação à proposta de ensino tradicional.
Devido a necessidade de adaptação das escolas, investimento em equipamentos e também necessidade de treinamento para os professores, é possível que o ano letivo de 2021 comece da mesma forma que terminou o de 2020, ou seja de forma apenas remota.
Instituições
Segundo o diretor do colégio estadual José Marcondes Sobrinho, Leandro Antonio dos Santos, os maiores desafios são psicológicos e pedagógicos. Ele diz que cita o desafio psicológico, devido à necessidade de adaptar os estudantes à rotina presencial de aulas, acolher os alunos, conversar, preparar o ambiente, proporcionar atividades recreativas e lúdicas, promover palestras com psicólogos e outros profissionais da saúde. “Outro desafio, é o pedagógico, proporcionar uma retomada de conteúdos em cada disciplina, com assuntos importantes que os estudantes possam nesse retorno às aulas apresentar dificuldades”.
Professores
Como toda e qualquer mudança é preciso tempo, paciência e investimento na formação do professor para que ele possa abraçar esse novo lugar com propriedade e confiança. E esse processo é sempre trabalhoso, podendo ser também estressante caso o professor. Sem contar que o medo do vírus, justificadamente ainda se faz presente.
Segundo o professor de língua portuguesa, Antonio Celso da Costa, os professores estão cientes que no ano de 2020 não se obteve o mesmo resultado no processo de ensino, como se teria no presencial. Ele diz que houve um aumento da desigualdade em relação ao aprendizado dos alunos. “ É preciso retomar este ano. O ensino híbrido como está sendo divulgado é uma alternativa , vejo com preocupação esta retomada, não se tem uma segurança para todos os professores alunos.
O professor comenta que é necessário que se tenha salas de aulas adaptadas a esta nova rotina ligada as tecnologias. “Hoje não temos nas escolas equipamentos que possam suprir esta demanda, o que nos faz refletir que temos muito a avançar neste quesito”.
Ele diz que o aumento de casos de coronavírus faz com que professores, alunos e pais tenham mais motivos para preocupação. “A vacina é a única solução para que possamos retornar às aulas com segurança e assim os alunos possam aprender mais e melhor, o que ficou de positivo é que a tecnologia veio para ajudar neste processo de ensino, mas nunca vai substituir o professor”, completa Antonio.
A diretora do colégio estadual John Kennedy, Minéia Canton, diz que o sentimento entre os professores é de insegurança ainda.
“Estamos todos na expectativa de saber como vai funcionar esse novo sistema híbrido. Nós ainda não tivemos treinamento, então, estamos ansiosos nesse sentido”.