Como Universidade Federal autônoma, UFI, com reitoria em Laranjeiras, deixará de depender da sede em Chapecó. Realeza será campus
Causando muito estardalhaço na sede catarinense da UFFS, o deputado federal Filipe Barros protocolou o Projeto de Lei 4505/2021 na quinta-feira (16), que propõe a transformação do campi da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) no Paraná na Universidade Federal do Iguaçu (UFI). O objetivo do projeto é ampliar a atuação da instituição, abrangendo as unidades de Laranjeiras do Sul e Realeza. Hoje, a administração destes campi é subalterna à reitoria da UFFS em Chapecó (SC).
“O que se propõe é a possibilidade de construirmos a Universidade Federal do Iguaçu, com abrangência territorial das regiões Sudoeste, Centro Sul e Oeste do Paraná e com sede da sua reitoria em Laranjeiras do Sul, o que resultará em crescimento ordenado e contínuo. Com o apoio da comunidade paranaense e do governo federal, poderemos estender futuras unidades a outras cidades abrangidas, ampliando o número de docentes e servidores e o número de cursos nos campi, como por exemplo Medicina, Engenharias, Farmácia, Enfermagem, Pedagogia e Ciência da Computação, entre outros que fazem parte da demanda regional”, explica o deputado Filipe Barros.
Histórico
O Paraná foi por muito tempo um dos Estados com menor número de unidades federais, sendo necessário o empenho da comunidade para que novas unidades fossem construídas no território da quinta maior economia do Brasil.
Os campi de Laranjeiras do Sul e de Realeza da UFFS constituíram uma tentativa de minorar este pequeno número de unidades federais de ensino no Estado. “Mas, o fato de termos uma reitoria subalterna tem levado à inércia na conquista de novos cursos e da própria atuação administrativa da instituição. Temos cursos já aprovados junto ao Ministério da Educação e que poderiam ter o início agilizado ainda para 2022, que são anseios da comunidade, e que poderão integrar a grade da UFI”, disse Filipe Barros.
Segundo o deputado, historicamente, o apoio e a articulação entre os Poderes Legislativo e Executivo têm se mostrado fundamental na criação e ampliação de universidades. “Como exemplo temos o Rio Grande do Sul e Minas Gerais; como a ajuda e esforço do Legislativo, os Estados estão entre os que contam com maior número de Universidades Federais. Outro exemplo é a iniciativa que aconteceu no Rio Grande do Norte, que assumiu o protagonismo por dois deputados e com os projetos de Universidades em Mossoró e Mesorregião Fronteira Sul, conseguiram convencer o MEC em Brasília a criar as duas universidades”.
Recursos
O deputado paranaense afirmou ainda a importância do aporte de recursos para a Universidade, que repercutirão regionalmente. “A UFI irá abrir novos horizontes de aporte de recursos, funcionamento administrativo, de produção e difusão do conhecimento e com autonomia para gerir sua própria política acadêmica, no rumo da construção de um grande centro do saber. Tendo desdobramentos no setor econômico, social e cultural em ampla região do Paraná”, afirmou Filipe Barros.
Em entrevista ao Correio do Povo do Paraná o deputado de Londrina explicou detalhes sobre o Projeto de Lei 4505, que dispõe sobre a transformação da UFFS Paraná em Universidade Federal do Iguaçu, a UFI.
Correio do Povo Paraná: Deputado, como surgiu a proposta da Universidade Federal do Iguaçu?
Filipe Barros – O Paraná tem sido deixado de lado na criação de universidades federais. Ao longo do tempo muitos deputados propuseram alternativas de criação de universidades no Paraná. Foi assim, com a remodelação do CEFET, que se transformou na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, depois disso deputados propuseram a criação da Universidade Federal do Norte do Paraná, com sede em Londrina, e houve o crescimento de dois campi da Universidade Federal do Paraná, em Palotina e Jandaia do Sul.
Apesar de que deputados pediram a extensão da UFPR para outras localidades e ela não atendeu naquele momento e estendeu para um pequeno polo no litoral paranaense que ficou incipiente e acanhado. Agora, nós estando diante da remodelação proposta por mim do Instituto Federal do Paraná, com a criação da Reitoria em Londrina e uma Reitoria no Noroeste do Paraná.
O Paraná teve agora a Universidade Federal da Fronteira Sul, após a criação da UNILA, em Foz do Iguaçu, e precisa avançar, por isso é hora dos campi de Laranjeiras do Sul e Realeza se transformarem na Universidade Federal do Iguaçu e com a Reitoria na bela Laranjeiras do Sul.
Correio do Povo do Paraná – E por que o nome Universidade Federal do Iguaçu?
Filipe Barros – O Iguaçu foi um Território Administrativo Federal em nosso Estado, criado durante o Governo de Getúlio Vargas e na Constituinte de 1946 deixou de existir. A capital era justamente em Laranjeiras do Sul e historicamente a região é pujante economicamente e necessita de atenção especial.
Creio que é o momento da Universidade Federal do Iguaçu ser o reconhecimento da região e do Sudoeste do Paraná, incluindo Francisco Beltrão e Dois Vizinhos, por exemplo, como cidades que podem sediar novos campi. Esta é a hora e precisamos dar um salto qualitativo, com a criação da Universidade Federal do Iguaçu.
Correio do Povo do Paraná – Como acontece agora o trâmite deste projeto?
Filipe Barros – Nós estamos iniciando com essa propositura para que o MEC comece a estudar efetivamente o motivo que causou esta paralisia nos campi das cidades de Realeza e de Laranjeiras do Sul. Temos, por exemplo, dois cursos aprovados e serem instalados no Paraná, mas não foram alocados novos docentes para que se transformasse em realidade.
Isso mostra que a Reitoria em Santa Catarina não corresponde aos anseios da nossa região e do Paraná. Não consegue dar vazão às necessidades do campus gaúcho de Erechim e nem de Laranjeiras do Sul e do Paraná. Eu vejo que podemos ampliar a força política do Paraná, tendo então a criação da Universidade Federal do Iguaçu.
O projeto começa a tramitar no Congresso Nacional e estamos abertos às sugestões. Logo vou marcar uma reunião com o Ministro da Educação Milton Ribeiro, para que iniciemos as tratativas com a criação de grupo de estudos, enquanto tramita o Projeto de Lei na Câmara do Deputados. Depois de aprovado pelas comissões temáticas e Plenário da Câmara dos Deputados, seguirá para o Senado, e lá nós vamos pedir o apoio dos três senadores paranaenses para que possamos dar ao Estado e , principalmente, às regiões do Sudoeste, Oeste e Centro-Sul do Paraná, uma melhora efetiva na Educação, com a Reitoria em Laranjeiras do Sul da sua própria Universidade.
Será uma Universidade do desenvolvimento regional, da inovação tecnológica, da saúde, da agricultura. Tudo isso pensando na região.
Correio do Povo do Paraná – Deputado, o Paraná teria quantas Universidades Federais?
Filipe Barros – Nós temos a Universidade Federal do Paraná, com sede em Curitiba e dois campi no interior – em Jandaia do Sul e Palotina, mais a base do Litoral paranaense; a Universidade Tecnológica Federal do Paraná, com 13 campi; a UNILA, em Foz do Iguaçu, e teríamos, com este projeto, a Universidade Federal do Iguaçu, com sede em Laranjeiras do Sul.
Creio que podemos avançar ainda mais e há o sentimento da bancada do Paraná de criar também uma nova universidade em Apucarana, por exemplo, que unificaria o campus da UFPR de Jandaia do Sul e transformaria na Universidade Federal do Norte do Paraná. Enfim estamos trilhando excelentes caminhos para uma nova realidade.
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