Doadores e receptores relatam como a doação de sangue mudou suas vidas

Na data mundial que celebra o voluntarismo, entenda a importância e os benefícios da prática que salva milhões de pessoas diariamente

O Dia Mundial do Doador de Sangue é comemorado hoje (14), uma data dedicada a agradecer aos doadores voluntários e a conscientizar a população sobre a importância de aumentar o número de doações regulares. Este ato altruísta é essencial para garantir que aqueles que necessitam de sangue e seus derivados tenham acesso a produtos seguros e de qualidade.

Para incentivar o público a se tornar doador voluntário de sangue, o Jornal Correio do Povo do Paraná compartilha as experiências de ambos os lados desse ato nobre, tanto do doador quanto do receptor. Apresentamos as histórias das doadoras Lorraine Martins e Ana Júlia Penteado, junto ao depoimento de João Martins Ferreira sobre como a doação de sangue salvou sua vida.

Experiências de doadores

Lorraine compartilhou sua experiência ao doar sangue: “Para mim foi único, era algo que sempre quis fazer e depois da doação, saí com o coração aquecido”.

Ela afirma que vê o ato como solidariedade e que vai doar novamente. “Doei apenas uma vez, mas em breve repetirei. Se houvesse um hemocentro em Laranjeiras, doaria mais vezes com certeza”.

Ana Julia também relatou sua trajetória como doadora: “Eu só pude doar sangue recentemente, porque antes não tinha o peso mínimo e assim que pude, procurei o hemocentro de Guarapuava para doar, e desde então doei sangue três vezes” relembra.

Além disso ela compartilha como foi a sua experiência no hemocentro. “A equipe é muito profissional e acolhedora. O que geralmente impede as pessoas de doarem é o medo da agulha. Minha dica é não olhar para a agulha, pois a dor da picada é semelhante à dor de coleta de sangue para exames”.

Ela finaliza que enxerga a doação como um ato de amor ao próximo. “Se você pode doar, procure o hemocentro e doe sangue”, assegura.

Visão de quem recebeu sangue

Em 2014, João Martins Ferreira, com 27 anos, foi diagnosticado com uma hérnia e precisou passar por uma cirurgia. Durante o procedimento, surgiram complicações que resultaram em uma hemorragia interna significativa. “Eu precisei receber dois litros de sangue. Várias pessoas tiveram que doar para que eu pudesse estar vivo hoje”, relata João.

Após três semanas internado, ele refletiu sobre a importância da doação de sangue. “Percebi que estava vivo graças a pessoas que nunca conheci, mas que tiraram um tempo do seu dia para doar. Elas simplesmente decidiram que queriam salvar uma vida, e essa vida salva foi a minha”, diz ele.

Hoje, João destaca a importância desse ato altruísta e incentiva todos a doarem sangue. “Eu sou uma prova viva de que doar sangue salva vidas. Todos deveriam doar. Inclusive eu me tornei um doador depois disso”.

Importância e benefícios

Transfusões de sangue salvam milhões de vidas anualmente. De acordo com o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), o sangue é vital para o tratamento de hemorragias relacionadas à gravidez e ao parto, pacientes com condições hematológicas, problemas hereditários da hemoglobina e imunodeficiência, vítimas de traumas, emergências, acidentes e desastres, além de pacientes submetidos a intervenções cirúrgicas. O sangue, insubstituível, é essencial para o funcionamento dos sistemas de saúde.

Por fim, doar sangue não faz bem somente à saúde mental da pessoa, mas também ao bolso. Segundo à Lei nº 1075/1950, os doadores têm direito a uma folga remunerada por ano para exercer esse ato cívico, visto que é recomendado repouso após a doação.

Por que é necessário descansar? Fique tranquilo porque não é por nenhum motivo grave. É mais uma forma de prevenir que a pessoa não sofra uma queda de pressão, por exemplo, enquanto seu corpo trabalha para repor os 450 ml de sangues doados.

Como doar?

Para ser um doador de sangue, é necessário:

  • Não possuir nenhum problema de saúde.
  • Idade entre 16 (com autorização) e 69 anos (a primeira doação deve ter sido feita até os 60 anos).
  • Peso mínimo de 50 kg.
  • Estar descansado, tendo dormido pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas.
  • Estar bem alimentado, evitando alimentos gordurosos até 4 horas antes da doação.
  • Apresentar documento original com foto.

Hemocentro em Laranjeiras do Sul?

O secretário de saúde de Laranjeiras do Sul, Valdecir Valick, fala sobre a possibilidade de ter um hemocentro na cidade. “Vários pedidos para termos uma unidade foram feitos, porém a justificativa que nos dão é em relação ao descarte que poderia gerar, por ser uma cidade pequena.” Mas, para o cidadão que deseja fazer sua doação, a saúde do município oferece trasporte. “Todas as pessoas que desejarem doar sangue, é só ir até a assistência social para se cadastrar, e uma vez por mês a saúde disponibiliza um carro para levar essas pessoas até o hemocentro de Guarapuava.”